A ANDA, ao lado de outras organizações internacionais em defesa dos direitos animais e do planeta, é signatária do Plant Based Treaty, um movimento global criado pela ONG canadense Animal Save Movement e coordenado mundialmente pela ativista Anita Krajnc, que visa conscientizar governos e sociedade sobre a emergência climática que ameaça a sobrevivência de todos os seres vivos. O Plant Based Treaty apoia-se nos fundamentos dos 3 R: relinquish (ceder), redirect (redirecionar) e restore (restaurar). As exigências do tratado são o fim da indústria pecuária para reduzir a emissão de gases que intensificam as mudanças climáticas, fim do desmatamento, estímulo a sistemas alimentares vegetarianos estritos e promoção da cura dos ecossistemas.
Futuro apocalíptico
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, através do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que as mudanças climáticas podem transformar a floresta amazônica em savana. Provocada pelas ações humanas, a crise do clima é impulsionada pelo desmatamento, pela emissão de gases poluentes, uso de combustíveis fósseis, entre outros fatores que ameaçam a natureza.
De acordo com o relatório do IPCC, as mudanças climáticas ameaçam a vida na Terra de maneira sistêmica, interconectada e em uma escala sem precedentes na história da humanidade. Muitos ecossistemas terrestres, de água doce, oceânicos ou costeiros já chegaram perto ou até mesmo estão além dos limites de sua capacidade de adaptação às mudanças climáticas. O relatório lembra ainda que a meta de redução do aquecimento global determinada pelo Acordo Climático de Paris é “muito abaixo” do necessário, o que poderia levar a liberação de toneladas de carbono do solo congelado até 2100, o que aceleraria, por sua vez, o aquecimento, de maneira a intensificar esse ciclo vicioso.
As perspectivas para a vida na Terra, nesse cenário, são perigosas, segundo os cientistas, e as taxas de extinção de espécies estão aumentando drasticamente, sendo estimadas em cerca de mil vezes acima dos dados registrados no século passado. A previsão é de que até 54% de espécies terrestres e marinhas estejam ameaçadas de extinção ainda neste século e que espécies de alta montanha e insulares sejam submetidas a riscos ainda maiores.
“A escolha é nossa, não de outras espécies ou gerações futuras. Para citar Winston Churchill: ‘A era da procrastinação, das meias-medidas, dos expedientes calmantes e desconcertantes, dos atrasos está chegando ao fim. Em seu lugar, estamos entrando em um período de consequências’. Ou estabelecemos coalizões de ‘frente popular’ de base ampla e adotamos ações climáticas maciçamente ousadas, como um Tratado Vegetariano Estrito ao lado de um Tratado de Combustíveis Fósseis, ou é tarde demais e cruzamos uma série de pontos de inflexão climáticos”, alerta Anita Krajnc, coordenadora global do Plant Based Treaty.
E completa: “O IPCC sugere que temos, na melhor das hipóteses, cinco anos para desacelerar os piores efeitos do caos climático. O Dr. Peter Carter, revisor especialista do IPCC e apoiador do Plant Based Treaty, diz que devemos abordar duas causas principais do aumento dos gases de efeito estufa dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – produção de energia de combustível fóssil e agricultura animal: ‘Todos temos que fazer tudo e nós temos que fazer Isso agora’, Precisamos urgentemente de acordos globais sobre todos os gases de efeito estufa e o Plant Based Treaty forneceria exatamente isso”, pontua.
A presidente e fundadora da ANDA, Silvana Andrade, elogia a iniciativa. “O Plant Based Treaty é um movimento urgente e necessário. Se as propostas do tratado não forem implementadas, em poucas décadas, a qualidade de vida da humanidade pode chegar a zero. Agradecemos e parabenizamos a Animal Save Movement por essa iniciativa em prol do planeta. A pecuária é a grande responsável pelas mudanças climáticas no mundo. No Brasil, a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado têm sido destruídos pelo avanço das fronteiras da agropecuária. Milhares de espécies da fauna e da flora brasileira têm sido extintas pela destruição ambiental, que também desequilibra os ecossistemas e contaminam o solo e a água. A adoção do veganismo e o fim do desmatamento são a única chance para a sobrevivência da humanidade com boa qualidade de vida”, afirma.
Ação
A campanha será lançada oficialmente no dia 31 de agosto de 2021 e será marcada por manifestações pacíficas em mais de 50 cidades ao redor do mundo. “Estamos convidando 10 milhões de indivíduos, 10.000 organizações, 10.000 empresas e 50 cidades até 2023 para endossar a convocação e pressionar os governos nacionais a negociar o Plant Based Treaty. Esperamos trabalhar com diferentes grupos em defesa dos direitos animais, meio ambiente, justiça climática, direitos humanos e grupos trabalhistas, empresas, cidades e estados. Dependemos do ‘poder popular’ de baixo para cima para levar este tratado à mesa de negociações internacionais”, reforça Krajnc.
E acrescenta: “Todos têm um papel importante neste movimento e todos nós podemos ajudar a evitar um colapso planetário catastrófico. Esta é a última esperança da humanidade de fazer a coisa certa e mudar nosso relacionamento com a natureza e o tratamento que dispensamos a outros seres sencientes. Tolstoi estava certo ao insistir mais de um século atrás em um curto conto moral budista que escreveu chamado ‘Esarhaddon, Rei da Assíria’: ‘…toda a vida é uma só, e quando os homens desejam prejudicar os outros, eles realmente fazem o mal para eles mesmos'”, concluiu a ativista.
Para saber como assinar o tratado e inscrever sua organização, grupo ou empresa clique aqui.
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