Cães gritam e choram em completo desespero ao verem uma tina com água fervente na qual em alguns minutos eles serão mergulhados vivos para morrerem em profundo, lento e doloroso sofrimento. As imagens foram registradas em uma fazenda a apenas 40 km de onde está ocorrendo o Festival de Yulin, na China. Após serem mortos, os cães serão transportados para feiras onde serão consumidos por turistas e moradores. No primeiro dia do festival, pelos menos 1.000 cachorros foram brutalmente assassinados.
A denúncia foi feita pela organização NoToDogMeat Foundation, que afirma que a maior parte dos animais consumidos e comprados no festival são fervidos vivos ou espancados até a morte pois existe uma crença popular de que o sofrimento antes da morte deixa a carne mais saborosa e nutritiva. A investigação revela ainda que apesar da criminalização na morte e consumo de cães após mudanças nas diretrizes nutricionais chinesas em razão da Covid-19, na prática, nada mudou e não há fiscalização.
A NoToDogMeat acredita que a exposição internacional do holocausto que ocorre anualmente em Yulin é mais efetiva do que denunciar diretamente aos órgãos chineses. “Nesses locais secretos de matança você ainda pode escolher o seu cachorro e matá-lo você mesmo. Os cães são criados e reproduzidos apenas para morrer. Criminosos também sequestram cães domésticos ou capturam cães em situação de rua. Isso precisa ser abolido”, disse uma porta-voz da organização em defesa dos direitos animais.
Ativistas estão recebendo dezenas de denúncias informando que caminhões repletos de cães aprisionados em jaulas não param de chegar para “abastecer” o festival. A NoToDogMeat teme que o número de animais mortos em outras edições do festival, cerca de 15 mil, se repita em 2021. A Humane Society International (HSI) estima que mais de 30 milhões de cães são mortos por causa da carne a cada ano na Ásia – entre 10 e 20 milhões ocorrem apenas na China.
