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INCONSCIÊNCIA

Consumidores desconhecem a origem do couro de origem animal

20 de junho de 2021
Beatriz Paoletti | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Segundo o portal Vegazeta, quem compra couro no Brasil normalmente não tem ideia de que o  produto é parte de uma cadeia de violência industrial, e que implica na morte de milhares de animais. A pele desses animais é um subproduto da indústria da carne, que, resultante da demanda pelo couro, é produzido em massa.

De acordo com dados trimestrais da pecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são gerados mais de 2,35 milhões de peças de couro cru por mês. Além disso, 6,54 milhões de bois foram mortos em um período de 90 dias.

Caso as pessoas pudessem ver os 2,35 milhões de peças de couro enfileirados, ou até mesmo ver os animais sem a pele, fica a questão se elas adquiririam maior consciência sobre o número elevado de animais mortos na indústria do couro, e assim, deixariam de financiá-la.

O couro não é nada sustentável, implica sempre na morte de animais, e ainda, se é submetido a processos físico-químicos, favorece a despersonalização e a desconexão por meio do curtimento e da industrialização. É importante ressaltar que as transformações do couro não revertem seu status original de protetor natural dos animais, apesar da indústria.

A indústria da carne inevitavelmente puxa a indústria de couro, ela mantém a ideia de agregação de valor dos animais, o que leva a morte seguida da retirada de couro. Portanto, quem não consome carne, mas consume couro, está financiando a indústria que, para retirar a pele, deixa o animal inconsciente de maneiras violentas, para assim o banhar em aspersão (o que inclui os processos “esfola higiênica” – secagem de pele e “atordoamento” ou “insensibilização”).

Após o “banho em aspersão”, o animal é pendurado e degolado. Todo o processo é feito com cuidado para manter a integridade do couro, mas ao mesmo tempo, feito inerentemente com violência. A degola pode ser precedida por vômitos, e que pode levar a perda de até 20 litros de sangue, e a morte ocorre por falta de oxigenação no cérebro. Por último, o animal é esfolado, o couro é removido e a cabeça, eviscerada e refrigerada.

O couro animal não pode ser gerado sem a violência e sem o impacto ambiental. O animal passará pelo processo de industrialização, que é em grande parte doloroso, e que no fim surte resultados tipo calçados, roupas, bolsas, móveis e outros tantos acessórios de couro, inúteis pois poderiam ser substituídos por alternativas do mercado alternativo, utilizados de forma crescente, e que não implicam na violência contra os animais.

A produção de carne para consumo gera consequências ambientais. Além disso, substâncias químicas utilizadas na indústria do subproduto da carne agridem o meio ambiente quando descartados os resíduos. Cromo e ácidos alvejantes, por exemplo, que estão inseridos nesses processos, quando entram em contato com humanos podem desencadear doenças graves, tipo câncer.

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