Um cachorro foi mutilado durante uma cirurgia de castração realizada na noite de segunda-feira (14) em uma república de estudantes em Presidente Prudente, no interior do estado de São Paulo. Investigadores da Polícia Militar Ambiental afirmaram que o cão foi submetido a sofrimento e que a cirurgia foi realizada em local inadequado.
O caso foi descoberto após os jovens publicarem vídeos da cirurgia nas redes sociais. As imagens entregues às autoridades por um denunciante mostram o cachorro antes e depois de ser sedado.
“O que aconteceu? Você não tem mais o controle do seu corpo? Você está drogado? O que foi?”, diz um dos estudantes durante a gravação em meio a risos de deboche. O caso aconteceu no bairro Jardim Vale do Sol.
Após a denúncia, uma equipe da PMA esteve no local do crime, mas não encontrou os estudantes. No quintal, dois cachorros foram encontrados. Um deles, um labrador branco, “aparentando estar sedado e com dificuldade de locomoção e com uma sutura próximo ao órgão genital, aparentando ter sofrido castração”.
“Foi localizada também a mesa em que foi feito o procedimento cirúrgico, bem como os materiais utilizados como luvas cirúrgicas, gases sujas de sangue, embalagens com agulhas, fio de sutura, seringas e em uma lata de lixo estava o testículo do animal”, diz nota da Polícia Ambiental.
Um médico veterinário que acompanhou os policiais durante a operação confirmou que o cão havia sido castrado. Membro do Conselho Municipal de Proteção Animal e presidente do grupo de proteção animal “Beco da Esperança”, o profissional assumiu os cuidados de saúde do cachorro até sua recuperação.
De acordo com a PMA, um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Seccional de Presidente Prudente e “providências administrativas serão tomadas” após os jovens serem identificados.
O capitão Júlio César Cacciari de Moura, oficial da Polícia Ambiental, reforçou que um dos cães resgatados “sofreu maus-tratos através de mutilação em procedimento cirúrgico, em local completamente inadequado, causando sofrimento ao animal” e que o procedimento irregular foi realizado em um pensionato por “quatro indivíduos, estudantes, universitários”, que após mutilarem o cão, publicaram imagens do procedimento “de maneira que zombam até do animal, do sofrimento que causam no animal”. “E essa prática configura maus-tratos”, disse o capitão ao G1.
“A Polícia Ambiental resgatou esses cães, estão encaminhados agora para mãos que cuidam, que defendem o interesse e a causa animal”, continuou.
O capitão lembrou ainda que “a modificação na lei hoje trouxe uma pena de reclusão de 2 a 5 anos” ao se referir à Lei Sansão, que foi sancionada no ano passado, aumentando a pena para crimes cometidos contra cachorros e gatos.
“Esses indivíduos, infelizmente, covardemente, fugiram do local, se evadiram do local que praticaram o ato, mas a Polícia Ambiental já elaborou o auto de infração, a Polícia Civil, através de inquérito, irá apurar e responsabilizar cada um deles”, afirmou Moura.