Grupos de preservação estão fazendo petições para o tribunal federal revogar a decisão da USFWS de não conceder a classificação de habitat crítico para a abelha do estado de Minnesota, a abelha enferrujada e remendada (Bombus affinis).
Nomeada a abelha do estado em 2019, esta espécie está na lista de animais ameaçados de extinção desde 2017, porém, ano passado, a agência afirmou que uma classificação de habitat crítico não era necessária para a abelha, pois há habitat adequado disponível.
A USFWS se recusou a comentar sobre o processo pendente.
“Meio que chamamos isso de habitat generalista. Você pode encontrar habitats da abelha enferrujada e remendada em ambientes urbanos e nos arredores, como quintais, pradarias e campos de agricultura. Esse não é um fator que limita sua sobrevivência,” declarou a porta-voz da agência, Georgia Parham, ano passado.
Lori Ann Burd, diretora de saúde ambiental no Centro de Diversidade Biológica (Center for Biological Diversity), discorda dessa análise.
“Essa é uma desculpa fácil da agência, porém esse simplesmente não é o caso aqui, pois entra em conflito com a própria decisão deles de listar a abelha como limitada pelo seu habitat,” ela constata.
A organização da Burd registrou o atual processo juntamente com o Conselho de Defesa de Recursos Naturais (Natural Resources Defense Council – NRDC) e Amigos das Áreas Científicas e Naturais do Minnesota (Friends of Minnesota Scientific and Natural Areas – SNAFriends).
Quando listou a abelha como ameaçada de extinção, p USFSW ressaltou perda de habitat, agricultura intensiva, doenças, pesticidas e mudança climática como razões pelas quais a abelha enferrujada e remendada, que antes era encontrada em 28 estados ao leste e ao meio-oeste, passou a ser detectada em apenas 13 estados, inclusive uma população mais numerosa no Minnesota.
Burd afirma que pesticidas são o motivo principal para que a proteção de habitat crítico seja estendida para as abelhas. O uso intenso de herbicida glifosato tem reduzido a floração de plantas silvestres em áreas agrícolas e, em vários lugares, as plantas das quais as abelhas se alimentam são contaminadas por inseticida neonicotinóide.
“Você pode olhar por aí e dizer: eu vejo um habitat”, diz Burd. “Vejo estradas, orlas de campos, vejo jardins. Está tudo fisicamente lá, mas são venenosos para as abelhas.”
Burd diz que, sem acesso aos habitats protegidos contra pesticidas, a recuperação da população de abelhas ameaçadas de extinção será mais difícil.
“O Ato de Espécies Ameaçadas (Endangered Species Act) tem uma eficácia de 99% para prevenir a extinção de espécies, mas para que possamos direcionar esse poder, precisamos usar as suas ferramentas. E uma das ferramentas mais importantes é a de proteção de habitat crítico”, ela afirma.