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'Comer carne é um tipo de racismo', diz pesquisadora ao incentivar o veganismo

"O veganismo é a melhor arma que muitos encontraram para combater essa ideia de discriminação, de opressão, de um tipo muito latente de racismo", argumentou a pesquisadora,"O veganismo é a melhor arma que muitos encontraram para combater essa ideia de discriminação, de opressão, de um tipo muito latente de racismo", argumentou a pesquisadora

23 de fevereiro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDAMariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Jo-Anne McArthur

A pesquisadora Yamini Narayanan, professora sênior na Deakin University, em Melbourne, na Austrália, defende que o consumo de carne de animais que sofrem e são explorados é um tipo de racismo. Incentivadora do veganismo, ela acredita que a luta em defesa dos animais vai se expandir cada vez mais.

“A forma como tratamos as outras espécies vai ser a tônica que vai definir nossa relação alimentar”, afirmou a professora em entrevista ao jornal BBC News. “As pessoas já não aceitam que outras espécies possam ser submetidas a quaisquer tipos de tratamentos com a única finalidade de satisfazê-las. Esta questão moral é definitivamente crescente, e o veganismo é a melhor arma que muitos encontraram para combater essa ideia de discriminação, de opressão, de um tipo muito latente de racismo”, completou.

Segundo ela, o movimento de libertação animal através da alimentação se tornou um movimento típico de justiça civil. “A discussão passou do bem-estar animal propriamente para um novo veganismo, mais prático e ativo, que deve ser entendido como hoje entendemos o feminismo, o antirracismo, e outros movimentos semelhantes de luta por uma política de antiopressão”, disse.

Segundo ela, a questão moral relacionada à alimentação deve ser incorporada a leis e ganhar um papel maior em comportamentos éticos nos próximos anos. “A comida é e sempre foi profundamente política. O apelo agora é reconhecer essa política animal também como uma parte dos direitos civis desse discurso”, afirmou.

Recentemente, a entidade internacional de defesa animal PETA relacionou a luta antirracista dos protestos do Black Lives Matter, nos EUA, com a libertação animal ao divulgar uma campanha que afirma que existe uma “crença ultrapassada de que os seres humanos são superiores a todas as espécies animais”. A instituição busca estender a discussão para a “supremacia de raças”.

“O veganismo é tão antigo quanto é novo. É a primeira dieta da humanidade, mas também assumiu possibilidades muito renovadas agora que desfruta de um novo sopro com adeptos dispostos a defendê-lo por outras questões mais amplas, como a da perspectiva do bem estar animal e de uma busca por maior igualdade entre espécies”, acrescentou Narayanan, que é membro do Oxford Centre for Animal Ethics.

De acordo com o pesquisador e doutor em demografia José Eustáquio Diniz Alves, “o termo especismo começou a ser usado frequentemente, e hoje de maneira mais ampla, para ser combatido como se combate o sexismo e o racismo”.

“Ainda falta muito para que possamos reconhecer especismo como crime, é claro, mas há legislações bastante avançadas (da Europa a países como a Nova Zelândia) em direção ao bem-estar animal, reconhecendo legalmente as demais espécies como seres sencientes (capazes de sofrer ou sentir prazer ou felicidade). Para o mundo ser um local mais justo e harmonioso, não basta ser antissexista e antirracista é preciso ser antiespecista”, completou.

 

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