Um artigo publicado pelo portal britânico The Guardian aponta que a pandemia do coronavírus afetou drasticamente o negócio das touradas na Espanha. O surto de Covid-19 obrigou o cancelamento da temporada de espetáculos tauromáquicos e salvou centenas de animais que seriam torturados e mortos para o deleite sádico do público.
Enquanto o país luta para evitar a propagação do vírus e lida com a perda de mais de 26 mil vidas, o setor de touradas exige ajuda pública para conter parte dos prejuízos. O pedido incomodou grande parte da população espanhola e virou motivo de críticas por ONGs e ativistas em defesa dos direitos animais, que acham a proposta indelicada.
O setor de touradas, que lucra milhões de euros com a morte e sofrimento de animais, agora pede em nome das milhares de pessoas que dependem da renda desse espetáculo cruel a injeção de recursos para a manutenção das atividades durante a pandemia. Há, ainda, o terrível projeto de promover touradas em ambientes fechados para transmissão televisiva.
Diversos fazendeiros que criam touros para vendê-los para a indústria tauromáquica anunciaram que romperão contratos e buscarão outras fontes de renda. Esse movimento é importante, pois além de desabastecer o setor, esvazia parte dos argumentos econômicos usados pela indústria, que insiste em ser chamada e considerada uma vertente cultural que precisa ser valorizada
O engodo não está surtindo efeito. Uma petição assinada por mais de 100 mil pessoas pede que o governo não repasse nenhum fundo público para o setor tauromáquico. “É escandaloso – particularmente neste momento, quando há famílias que não têm o suficiente para comer e hospitais que foram dizimados por cortes”, disse a ativista Aïda Gascón, da AnimaNaturalis.
Agora, ativistas da França e de Portugal também estão lutando contra as touradas. “As touradas estão enfrentando o momento mais crítico de sua existência. Temos uma oportunidade única … de construir um mundo sem touradas”, diz uma das petições.
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