O consumidor de leite costuma ter uma ideia romantizada da produção leiteira, e imagina uma vaca gerando leite para consumo humano de acordo com sua vontade. No entanto, a realidade não é bem assim. Vacas exploradas na produção de leite também terminam no matadouro, e podem ter a morte decretada a partir de fatores que envolvem desde baixa produtividade até condição ginecológica ou dos úberes.
São esses fatores que motivam a morte de até 30% das vacas leiteiras no Brasil a cada ano. Se uma vaca não for morta neste ano pode ser que seja no ano que vem. Afinal, o último destino delas também é a indústria da carne. Além disso, esse percentual de “descarte” de vacas leiteiras no país, seguido por reposição do rebanho, é uma recomendação da Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para quem visa “manter a produtividade em uma propriedade de gado leiteiro”.
Entre os critérios para a morte desses animais, segundo a Embrapa, estão a idade do animal, queda da fertilidade, falha reprodutiva, temperamento, qualidade dos úberes e condição ginecológica e dos pés. “A produtividade das vacas e a maior incidência de doenças podem ser motivos suficientes para o descarte do animal, os problemas de casco, de aprumo, de ligamentos do úbere, são grandes influenciadores de descarte”, assinala o médico veterinário Wadson Costa, da empresa de nutrição animal Nutroeste.
Há casos em que vacas jovens “são descartadas” por falharem no processo reprodutivo. “Quanto antes for feito o diagnóstico da gestão, mais rapidamente pode ser realizado o descarte, evitando-se que o animal fique mais tempo na propriedade ou, caso a intenção seja fazer o confinamento para que o animal ganhe peso antes de ser vendido ao frigorífico, isso pode ser feito o quanto antes”, informa a Embrapa.
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