Ativistas pelos direitos animais descobriram e denunciaram o abuso extremo e a crueldade absurda que pesquisadores chineses estão praticando ao usar porcos vivos como manequins em testes de colisão.
Quinze porcos jovens foram presos a bancos de carros em simulações de impacto de alta velocidade em um teste que matou sete deles imediatamente.
Os animais não receberam comida e água por horas antes dos testes e sofreram uma série de lesões, incluindo sangramento, laceração e hematomas internos.
Porcos e outros animais já foram usados anteriormente em testes de colisão nos Estados Unidos, mas a prática foi encerrada na década de 1990.
Na quinta-feira última (31), Zachary Toliver, da ONG PETA, condenou a prática que chamou de atitude “cruel” e “injustificável” de desrespeito à vida.
“Apesar da existência de modelos para teste sofisticados e livres de animais, os pesquisadores continuam a prender animais indefesos e assustados em assentos de carro para colidir com muros de concreto até que seus corpos estejam sangrando, machucados e mutilados”, disse ele.
“Os porcos que saem vivos das colisões são severamente prejudicados nesses testes, que os deixam com ossos quebrados e ferimentos internos graves antes de serem mortos e dissecados posteriormente”.
Toliver revela que os porcos não se sentam naturalmente em assentos de carro. Sua anatomia também é muito diferente da dos seres humanos, portanto, os dados obtidos nessas horríveis experiências com animais não são aplicáveis a vítimas de acidentes de carro em humanos.
“As empresas de automóveis descobriram, anos atrás, que esse tipo de experimento é inútil e não nos diz nada sobre uma experiência humana em um acidente de carro”, afirma o ativista. “O uso de animais sencientes nos testes de batidas de carro é cruel, arcaico e injustificável”.
A PETA informou ter escrito ao Instituto de Medicina de Trânsito da China para pedir que parem de usar animais em seus testes.
Os pesquisadores justificaram o uso de porcos dizendo que sua estrutura anatômica era “semelhante” à de crianças humanas.
Os porcos eram usados com a intenção de “imitar crianças de seis anos”, explicaram os pesquisadores em seu artigo no International Journal of Crashworthiness.
Os cientistas insistiram em seguir as diretrizes dos EUA para o uso de animais de laboratório e disseram que o estudo havia sido aprovado por um comitê de ética.
No experimento, quinze porcos no total foram amarrados a vários tipos de cintos de segurança em banco de carros e submetidos a testes de alta velocidade até 50 km/h.
Os animais foram posicionados e amarrados em um assento montado em mecanismo tipo um trenó de arranque, feito para bater com toda violência em uma parede.
Os porcos tinham entre 70 e 80 dias de idade e não receberam comida por 24 horas antes do experimento.
Eles também tiveram água negada por seis horas antes, mas receberam anestesia para reduzir a “excitação e o estresse”.
“Dos animais testados, sete morreram imediatamente após o impacto e o restante sobreviveu seis horas após o teste”, disseram os cientistas.
Em seguida, os especialistas realizaram “necropsias” detalhadas para determinar exatamente como os porcos foram feridos e mortos.
“Os tipos comuns de lesões incluem abrasão, contusão, laceração, sangramento e fratura”, acrescentaram os cientistas no estudo que foi publicado online no início deste ano.
A PETA promove protestos contra esses experimentos nos Estados Unidos há muitos anos, o que levou a General Motors a anunciar o fim dos testes em animais em 1993.
“É horrível olhar para trás agora e imaginar que os animais foram deliberadamente atirados nas paredes em alta velocidade nos testes de colisão de carros”, disse o grupo que atua em defesa dos direitos animais.
A empresa admitiu ter usado milhares de cães, coelhos, porcos, furões, ratos e camundongos em seus laboratórios nos últimos 10 anos.
Os manequins modernos de teste de colisão são altamente avançados e podem custar centenas de milhares de dólares.
Equipados com gravadores de dados que medem o impacto de um acidente, os manequins também foram adaptados a formas e tamanhos maiores para refletir com maior precisão a população moderna.
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