De 1º de janeiro a 30 de setembro de 2019, Amazônia, Cerrado e Pantanal já somaram 123.326 focos de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Na Amazônia, que apresentou 66.750 pontos de queimadas nesse período, o aumento é de 24% em comparação com o mesmo período dos últimos 10 anos e 15% maior que a média dos últimos três anos.
Em alguns estados da Amazônia Legal, a situação foi especialmente severa entre janeiro e setembro deste ano. Comparado ao mesmo período de 2018, Amazonas, Mato Grosso e Roraima tiveram um aumento de 24%, 78%, e 132%.
Apesar do menor número de focos, foram 6.052 registros, o Pantanal é o bioma que apresenta as maiores altas na média. Comparado aos últimos 10 anos, o aumento foi de 79% e, levando em conta os últimos três anos, o crescimento é de 81%.
Ainda levando em consideração os nove primeiros meses de 2019, o Cerrado teve 50.524 focos de queimadas. Número 20% maior que a média dos últimos três anos, e sem alterações em relação a última década.
Desmatamento
As queimadas na Amazônia estão diretamente relacionadas com o desmatamento e, apesar da queda no número de queimadas em setembro (20% menor que em 2018), a derrubada da floresta segue em altas taxas.
Até os primeiros 19 dias de setembro de 2019, a área total de pontos de desmatamento na Amazônia brasileira em 2019 cobriu 7.580 km2. Um crescimento significativo, de 153% e de 79%, quando comparado à média dos últimos 10 e 3 anos.
Por ser uma floresta úmida, a Amazônia não é um bioma com característica de autocombustão (fogo espontâneo). Ou seja, a floresta só pega fogo em áreas secas, onde árvores foram cortadas e o fogo foi provocado pela ação humana.
Com o crescimento do desmatamento, mais áreas serão queimadas até o final deste ano ou a próxima estação seca. Isso porque a queimada é um método amplamente utilizado para limpar terras desmatadas.
Queimadas em setembro
No acumulado do último mês (de 1 a 30/09), o número de focos de queimadas aumentou gravemente no Pantanal. Foram registrados 2.887 pontos, um crescimento de 268% em relação ao mesmo período de 2018.
No Cerrado a tendência de alta, relacionada ao mesmo período do ano passado, também se manteve. O aumento foi de 100% (22.989 focos de queimadas).
A Amazônia registrou 19.925 pontos de queimadas, uma queda de 20% em relação a setembro de 2018. Apesar disso, essa notícia não é totalmente boa já que o desmatamento, origem das queimadas no bioma, aumentou.
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