O Senado aprovou esta semana o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 108/2018, de autoria do deputado Capitão Augusto (PL-SP), que cria o Dia Nacional do Rodeio, a ser celebrado no dia 4 de outubro, data em que se comemora o Dia Mundial dos Animais e o Dia de São Francisco de Assis.
Em defesa do projeto no Senado, o senador Wellington Fagundes (PL-MT), alegou que o rodeio é uma tradição, principalmente no interior do país. Instituir o Dia Nacional do Rodeio é zombar dos animais e dos brasileiros. A defesa da atividade tem apenas um interesse – econômico. O rodeio sequer é brasileiro, logo não faz o menor sentido associá-lo à ideia de elemento cultural nacional.
Em sua justificativa, Fagundes destacou que é médico veterinário e que, ao contrário do que é disseminado de forma equivocada, nos rodeios o bem-estar animal está em primeiro lugar.
Se isso é verdade, por que a cada ano cresce no Brasil e no mundo as campanhas e a oposição popular aos rodeios? A verdade é que mais pessoas estão entendendo que a defesa dos rodeios não tem nada a ver com a defesa da tradição, mas sim com dinheiro.
Há muitos relatos e testemunhos contra os rodeios envolvendo maus-tratos. Há inúmeras organizações e grupos em defesa dos animais compartilhando vídeos dessa realidade. Pouco se fala também no estresse ao qual o animal é submetido na arena não somente em decorrência da violência física, mas também do barulho, da narração do locutor e da gritaria.
Ademais, com exceção da montaria em cutiano, todos os outros elementos do rodeio são importados dos Estados Unidos – incluindo trajes, equipamentos e termos. Na defesa da prática, Fagundes disse que o rodeio nasceu do trabalho nas fazendas. Sim, mas não no Brasil. Prova disso é que o verdadeiro sertanejo brasileiro, criado na roça, não se veste e nunca se vestiu como o romanesco “cowboy americano”.
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