Fotos divulgadas nas redes sociais mostram elefantes com feridas abertas na cabeça e no corpo, enquanto levam turistas australianos – que viajam para a Tailândia exclusivamente com este fim – em suas costas. Os pacotes de viagem são anunciados pelas agências de turismo como possibilidades únicas de “interação” com os animais.
Acredita-se que as imagens foram compartilhadas no Twitter em Phuket, um dos pontos turísticos mais populares do país.
Os animais podem ser vistos com o sangue escorrendo da cabeça depois que os seus exploradores (mahouts) os atingem repetidamente com ganchos afiados de metal.
Outras fotos mostram um elefante com uma série de cicatrizes de feridas antigas na parte de trás da cabeça, comprovando que o sofrimento é pertinente e interminável para esses animais explorados.
Mais de 800 mil australianos visitam a Tailândia a cada ano, e muitos são atraídos pelas variadas atrações turísticas envolvendo elefantes, em que os visitantes podem ser levados para “passear”nas costas dos animais, assisti-los fazer truques e alimentá-los.
A World Animal Protection estimou que 3 mil elefantes estão atualmente sendo usados para entretenimento em toda a Ásia, com 77% sendo tratados de forma desumana.
Por favor, não montem nos elefantes e não apoiem este negócio ”, disse um porta-voz da Autoridade de Turismo da Tailândia. “Nós nunca apoiamos turistas montando elefantes.”
Dr. Patrapol Maneeorn, veterinário especializado em vida selvagem do Departamento de Parques Nacionais, Conservação da Vida Selvagem e da Flora, disse que a Tailândia está trabalhando para eliminar a crueldade contra os animais.
“O que estamos fazendo é colaborar com diferentes organizações e setores na Tailândia para reduzir esses casos e, esperamos, eliminar a crueldade contra animais tanto quanto possível”, disse Maneeorn em um comunicado.
Existem atualmente 3.500 elefantes selvagens e 4.500 elefantes domesticados na Tailândia.
Os animais selvagens são protegidos pela lei tailandesa, mas os elefantes domesticados são vistos como animais de trabalho.
O dr. Maneeorn disse que as agências governamentais tentaram vários métodos para erradicar o abuso de elefantes no país, incluindo “formular políticas, apoiar pesquisas sobre a vida selvagem, reabilitar animais feridos e erradicar o comércio de animais silvestres”.
Ele diz que os turistas podem desempenhar seu papel no assunto, boicotando atrações que exploram elefantes para fins de entretenimento.
“Empresas de viagens e turistas individuais podem ajudar as agências governamentais boicotando empresas que praticam crueldade contra os animais”, disse ele.
O processo de domesticar um elefante é tão horrível quanto o tratamento a que os animais são submetidos.
Os animais são amarrados a correntes curtas, espancados com ganchos e outros objetos pontiagudos e submetidos a muita fome e privação, a fim de fazê-los se comportarem, e isso continua por ano e anos, enquanto eles forem mantidos em cativeiro.
Alguns animais desenvolvem um comportamento de zoocose, um tipo de compulsão repetitiva em que eles balançam a cabeça de um lado para o outro, muitas vezes incompreendido e visto como uma tendência lúdica, mas o movimento na verdade é um mecanismo de defesa e sofrimento que os elefantes isolados apresentam.
Muitos elefantes são afastados de suas mães quando ainda bebês para serem submetidos a uma vida inteira de abuso.
Alguns santuários na Tailândia, como o Elephant Valley (Vale dos Elefantes, na tradução livre), estão tentando evitar os maus-tratos a esses animais.
Lá os elefantes podem andar como e para onde quiserem e são alimentados apenas uma vez por dia pelos seres humanos, em oposição a outros elefantes em cativeiro que são constantemente forçados a se apresentar para turistas.
“Não existe elefante domesticado”, disse o fundador do Elephant Valley, Jack Highwood, ao Daily Mail Australia.
“Só há elefantes que perderam a vontade de revidar.”
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