O urso polar fêmea encontrado vagando na cidade de Norilsk, na Rússia, foi resgatado e submetido à avaliação veterinária especializada. Agora, o animal selvagem que tem cerca de dois anos, está sob tratamento e recebendo alimentação saudável em uma ala isolada do zoológico da cidade de Krasnoyarsk, também na Rússia.
Segundo os especialistas que estão cuidando do urso, o estado de saúde do mamífero é grave devido à ingestão de lixo a longo prazo e ao estresse da interação com seres humanos. Uma linha de investigação acredita que o urso na verdade não migrou do Ártico em busca de alimento, mas era mantido em cativeiro por caçadores e traficantes de peles de animais, pois há sinais de maus-tratos.
Especialistas da fauna silvestres afirmam que geralmente fêmeas não fazem percursos tão longos e que a pelagem do animal estava limpa, o que não é compatível com a distância supostamente percorrida pelo animal. A caça de ursos polares é proibida na região há mais de 60 anos, mas estima-se que pelo menos 200 animais ainda sejam mortos anualmente.
O deslocamento de ursos polares para regiões urbanas está se tornando frequentes. Em fevereiro deste ano, 52 ursos migraram para uma ilha habitada em busca de alimento. Imagens que mostram os animais revirando latas de lixo viralizaram em todo o mundo.
Mudanças climáticas e o aquecimento da temperatura do planeta estão modificando negativamente os habitats de milhares de animais em todo mundo. Com seus lares destruídos e a baixa oferta de alimento, espécies selvagens são forçadas a migrar para regiões habitadas por seres humanos em busca de sobrevivência.
Entenda o caso
Um urso polar fêmea foi encontrada a 800 km de distância seu habitat na cidade russa de Norilsk, no norte da Sibéria. Muito fraca e exausta, ela foi vista em uma pilha de lixo procurando alimento em um aterro sanitário na região urbana da cidade.
Segundo Oleg Krashevsky, especialista em vida selvagem, a ursa tem olhos visivelmente úmidos, o que seria um indicativo de que tem problemas de visão. Ursos polares não são vistos na região há mais de 40 anos e a presença da ursa pode ser um prenuncio sobre o drama em que vive a espécie do Ártico.
Por enquanto não há plano de remanejamento da ursa. Para Krashevsky, o animal selvagem está fraco demais e possivelmente doente, o que inviabiliza que ela seja devolvida ao seu habitat. Especialistas de várias partes da Rússia estão a caminho de Norilsk para avaliar a saúde do urso polar.
Gratidão por estar conosco! Você acabou de ler uma matéria em defesa dos animais. São matérias como esta que formam consciência e novas atitudes. O jornalismo profissional e comprometido da ANDA é livre, autônomo, independente, gratuito e acessível a todos. Mas precisamos da contribuição, independentemente do valor, dos nossos leitores para dar continuidade a este imenso trabalho pelos animais e pelo planeta. DOE AGORA