Por David Arioch
A organização Four Paws International resgatou 47 animais do zoológico de Rafah, na Faixa de Gaza no mês passado. Entre os resgatados estavam leões, macacos, lobos, porcos-espinhos, raposas, avestruzes, emas, aves exóticas, cães, gatos e uma hiena.
De lá, os animais foram encaminhados para o santuário da vida selvagem Al Ma’wa for Nature and Wildlife, na Jordânia, com exceção dos leões enviados para o santuário Lionsrock, na África do Sul, que é mais apropriado para grandes felinos.
Além dos animais estarem vivendo em condições insalubres, segundo a Four Paws, outro problema é que eles poderiam ser pegos no fogo cruzado entre israelenses e palestinos. A organização lamenta que em janeiro quatro filhotes de leões congelaram até a morte no zoológico de Rafah em decorrência do frio extremo e da negligência.
Outro caso de maus-tratos envolve uma leoa que teve as unhas cortadas para que os visitantes do zoológico pudessem” brincar com ela”.
“Vários outros animais morreram no zoológico por causa da completa falta de cuidados veterinários. Essa missão de resgate foi adiada várias vezes devido à escalada da violência e ao fechamento de fronteiras na região de Gaza”, justifica a organização.
No entanto, o chefe da missão Amir Khalil, que é médico veterinário, declarou que durante o transporte dos animais houve uma união que contribuiu para que tudo acabasse bem.
“Graças à cooperação de todas as autoridades foi possível trazer os animais em segurança. De Israel à Palestina e à Jordânia, foi impressionante ver como essas três nações trabalharam juntas pelos animais de Rafah”, enfatiza Khalil.
Saiba mais
A Four Paws atua na Faixa de Gaza desde 2014 e já havia resgatado todos os animais de dois zoológicos em 2014 e 2016 – de Al-Bisan e Khan Younis. O trabalho deve prosseguir ainda para a retirada de animais de mais dois zoológicos situados em Gaza.