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Ondas de calor prejudicam a reprodução de pássaros, diz estudo

5 de janeiro de 2019
2 min. de leitura
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Biólogos da Universidade Lund, na Suécia, descobriram que ondas de calor, como a que ocorreu na Europa em 2018, afetam a reprodução dos pássaros. Os pesquisadores já sabiam que o clima quente de algumas regiões do planeta faz com que animais sejam menos ativos em momentos de temperatura mais severa.

“Se tivermos verões como o último, muitas espécies podem ser prejudicadas já que não conseguem cuidar de forma efetiva de sua prole”, apresentou o pesquisador da Universidade, Andreas Nord.

A pesquisa

Nord e seu companheiro de pesquisa Jan-Âke Nilsson descobriram, no início de 2018, que pequenos pássaros podem chegar à temperatura de 45ºC. Esse valor é 4ºC acima da temperatura normal desses animais.

A dupla, então, continuou o estudo para descobrir se a diminuição da temperatura corporal dos pássaros teria algum efeito em sua ninhada. Eles selecionaram pássaros selvagens e tosaram as penas da metade dos animais. Além disso, transmissores de localização foram implantados em todos eles.

O animal escolhido para o estudo foi o Chapim-azul, um dos pássaros mais comuns na região. (Foto: wikicommons)

Resultados

Ao final da época de reprodução, os pesquisadores capturaram o grupo e compararam as temperaturas. Aqueles que as penas tinham sido aparadas apresentaram uma temperatura mais baixa do que os outros animais.

Além disso, a ninhada dessa parte do grupo foi maior. Seus filhotes também eram mais pesados quando comparados aos descendentes daqueles que não foram tosados. “É importante saber o número da ninhada antes que eles saiam do ninho. O tamanho dela diz muito sobre as suas chances de sobrevivência e reprodução”, afirmou o pesquisador.

O estudo também mostrou que a temperatura corporal afeta a frequência com que os filhotes são alimentados. Os animais que conseguiam se livrar do excesso de temperatura não gastavam mais energia para alimentar sua prole com a mesma frequência da outra metade do grupo.

“Isso me surpreendeu, mas agora nos acreditamos que eles [com as penas tosadas] gastavam tempo e energia carregando mais comida em cada voo. Ou então procuravam mais intensamente por um tipo específico de alimento bom para os filhotes”, explicou Nord.

Os pesquisadores continuarão a investigar as especificidades da alimentação desses animais em relação ao aumento da temperatura.

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