Um estudo intitulado “Reducing food’s environmental impacts through producers and consumers”, publicado na conceituada revista Science, afirma que se a humanidade abdicasse do consumo de carnes e de laticínios, o uso de terra para fins agrícolas poderia diminuir em mais de 75% – o equivalente as áreas dos Estados Unidos, China, União Europeia e Austrália. Como consequência, segundo a pesquisa, haveria uma grande redução do impacto no planeta e na vida dos animais, além do ganho humano em qualidade de vida.
O estudo realizado pela Universidade de Oxford e liderado por Joseph Poore, do Departamento de Pesquisa em Meio Ambiente, reuniu dados de quase 40 mil fazendas que produzem 40 produtos agrícolas em 119 países.
“Uma dieta vegana é provavelmente a melhor maneira de reduzir o impacto no planeta, não apenas por causa dos gases do efeito estufa, mas também por causa da acidificação global e eutrofização, além do uso de terra e água”, destaca a pesquisa que revela que 80% das áreas agrícolas do mundo são destinadas à criação e alimentação de animais para consumo.
A atividade, que segundo a pesquisa tem grandes consequências se tratando de alocação de terras e uso de água doce, é responsável por 58% das emissões de gases do efeito estufa, 57% da poluição da água e 56% da poluição do ar. O estudo disponibilizado no site da revista Science enfatiza que o impacto pode variar em até 50 vezes entre os produtores de um mesmo produto de origem animal, criando oportunidades substanciais de mitigação.
A pesquisa também comparou o impacto da produção de carne bovina com a proteína de origem vegetal e revelou que até mesmo a carne orgânica ou considerada sustentável pode requerer 36 vezes mais terra e gerar seis vezes mais emissões de gases do efeito estufa do que a produção de ervilhas, por exemplo.