Um novo estudo revelou que as quantidades de carbono, comida, água, fibra, terra e madeira necessários para um ano, foram consumidas em um recorde de 212 dias.
Como resultado, o Dia de Sobrecarga da Terra, que marca o ponto em que o consumo excede a capacidade da natureza de se regenerar, foi antecipada para o dia 1º de agosto.
Neste ano, a data chegou mais cedo que em qualquer outro desde que o planeta entrou em sobrecarga, na década de 1970. E de acordo com as tendências de consumo, em 2019 o evento poderá ser realizado ainda em julho.
Segundo o grupo de pesquisa Global Footprint Network, para manter o atual consumo de recursos naturais da humanidade, seriam necessários 1.7 planetas Terra.
A emissão de dióxido de carbono é o principal poluente, sendo responsável por cerca de 60% da pegada ecológica global.
As consequências da sobrecarga do planeta são cada vez mais aparentes; eventos como erosão do solo, escassez de água e perturbação climática são mais frequentes do que nunca. As ondas de calor atípicas em todo o Hemisfério Norte, que estão causando mortes e fenômenos impensáveis anos atrás, são um exemplo da magnitude do problema.
O diretor executivo e co-fundador da Global Footprint Network, Mathis Wackernagel, afirmou que as economias em todo o mundo estão criando grandes dívidas ambientais. “Estamos emprestando os recursos futuros da Terra para operar nossas economias no presente. Isso funciona por algum tempo, mas à medida que nações, empresas ou famílias se aprofundam cada vez mais em dívidas, acabam se desintegrando”, declarou.
Contudo, a situação ainda é reversível. A pesquisa também observou que algumas ações poderiam auxiliar no tempo de regeneração do planeta.
A substituição de 50% do consumo de carne por uma dieta vegetariana reduziria a data de sobrecarga do planeta em cinco dias, e a redução pela metade do desperdício de alimentos atrasaria a data em 38 dias. Se os motoristas cortassem a quilometragem percorrida pela metade e substituíssem por transporte público, caminhadas ou bicicleta, a data seria atrasada em 12 dias. A redução do componente do carbono na pegada ecológica em 50% moveria a data em três meses.
Especialistas estão preocupados pois estudos realizados no ano passado revelaram que um terço da terra encontra-se altamente degradado e que as florestas tropicais tornaram-se uma fonte, e não um consumidor de carbono. Além disso, o clima cada vez mais imprevisível, particularmente no Ártico, e o declínio nas populações de abelhas e outros insetos polinizadores, essenciais para as plantações, também têm afligido os estudiosos.
Enquanto a conscientização, tanto da sociedade, quanto das autoridades, acerca da gravidade da situação dos recursos naturais não for alcançada, o planeta continuará a ser destruído em níveis cada vez mais irreversíveis.