O alerta foi publicado na Nature Communications por um grupo internacional de cientistas.
“Se continuarmos destruindo as florestas no ritmo atual – cerca de 7.000 km² por ano no caso da Amazônia – em três a quatro décadas, teremos uma grande perda acumulada. Isso intensificará o aquecimento global, independentemente de todos os esforços para diminuir as emissões de gases de efeito estufa”, explicou Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).
O grupo chegou a essa conclusão após analisar a reprodução matemática das condições atmosféricas atuais do planeta, por meio de modelos computacionais, utilizando um modelo numérico da atmosfera desenvolvido pelo Met Office, o serviço meteorológico nacional do Reino Unido.
O estudo coordenado pela pesquisadora Catherine Scott, da University of Leeds (Reino Unido), também se baseou em anos de análises e pesquisas sobre o funcionamento das florestas tropicais e temperadas, os gases emitidos pela vegetação e seu impacto na regulação climática, segundo o Science Daily.
A coleta de informações sobre florestas tropicais foi coordenada pela Artaxo, como parte de dois Projetos Temáticos apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP: “GoAmazon: interações da pluma urbana de Manaus com emissões florestais biogênicas na Amazônia” e “AEROCLIMA: efeitos diretos e indiretos dos aerossóis sobre o clima na Amazônia e no Pantanal”.
Os dados sobre florestas temperadas foram obtidos na Suécia, Finlândia e na Rússia. A coleta foi coordenada por Erik Swietlicki, professor da Lund University, na Suécia.