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Maior traficante de animais silvestres do Brasil segue impune

11 de novembro de 2017
2 min. de leitura
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canários-da-terra são animais silvestres traficados
Canário-da-terra é uma das espécies traficadas por Valdivino (Foto: Pixabay)

Considerado o maior traficante de animais silvestres no Brasil, Valdivino Honório de Jesus já foi autuado 16 vezes pelo IBAMA. As multas foram acumuladas durante 20 anos e ultrapassam os R$ 4,5 milhões.

O funcionário público do Emepa, na Paraíba, já teve 3.775 animais apreendidos em seu poder. Mas a estimativa é de que o número de animais explorados por ele chegue a cem vezes mais, segundo conta a Gazeta do Povo.

A leniência da justiça parece favorecer o traficante, que não se intimida. Mesmo com todo o seu histórico, após a Polícia Federal encontrar jabutis e aves na casa do filho de Valdivino, ele foi conduzido à delegacia e liberado no mesmo dia. Foi a última vez em que foi flagrado, em setembro deste ano.

Valdivino é do Nordeste, região do país onde o tráfico é mais atuante. Segundo o IBAMA, seis dos dez maiores traficantes de animais silvestres se encontram na região. Mas o maior criminoso tem atuação no país inteiro.

Valdivino em foto de perfil de Facebook atribuído a ele

Em 2012, a Polícia Rodoviária Federal juntamente com a Polícia Ambiental do Paraná, prenderam Valdivino logo após ele ter sofrido um acidente de carro na região metropolitana de Curitiba. Com ele encontraram cerca de 40 pássaros silvestres. Segundo testemunhas, gaiolas caíram no rio e ele estrangulou algumas aves por medo de ser flagrado.

Já em maio de 2016, ele foi pego em flagrante quando transportava cerca de mil canários-da-terra dentro do porta-malas de seu carro. Eles estavam aglomerados em pequenas gaiolas e 15 já estavam mortos.

Para Roberto Cabral, coordenador nacional de fiscalização do Ibama, o crime compensa. “Além de lucrar com a atividade, quando é autuado praticando tráfico de animais, ele não fica na prisão”.

Quando falamos apenas em aves, o campeão do tráfico vem de Curitiba. De acordo com a PF, Márcio Rodrigues é dono de um viveiro em São José dos Pinhais. Ele também adulterava as anilhas de certificação de origem dos animais.

Nota da Redação: Aves e outros animais silvestres merecem permanecer em paz em seus habitats. Considerando a ineficácia e a impotência dos órgãos fiscalizadores do país, cabe a todos nós não financiarmos e incentivarmos esse tipo de comércio. Animais não devem ser vistos como produtos, resumidos a objetos jogados em porta-malas de veículos e mortos.

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