Se você pensa que um selo de “orgânico” no leite significa que esses animais não sofrem crueldade como os de fazendas convencionais, pense novamente.
A People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) da Alemanha, após receber uma denúncia, visitou diversas vezes uma fazenda de cabras orgânicas no país. Nessas visitas conseguiu capturar em vídeo evidências de abuso e negligência. As imagens chocantes mostram esses gentis animais sendo violentamente espancados, privados de atendimento veterinário quando doentes ou machucados, e abusados de diversas outras formas.
Funcionários forçavam cabras aterrorizadas a entrarem no local de ordenha batendo nelas com paus ou suas próprias mãos. Quando tentavam fugir, eram agarradas por seus chifres ou pernas e novamente espancadas. Era o procedimento padrão que ocorria pelo menos duas vezes por dia.
Centenas de animais eram confinados em um galpão, e as testemunhas puderam observar muitos deles fracos e desnutridos, com costelas aparentes, mancando, feridas abertas, cascos deformados e com dificuldades respiratórias. Diarreia também era comum, resultado da ingestão frequente de comida estragada.
Como resultado de tanta negligência, muitos animais morriam todos os dias. Ao invés de seus corpos serem recolhidos por uma empresa especializada, como é exigido por lei, funcionários simplesmente jogavam os cadáveres atrás de um galpão e cobriam com uma lona, como se fossem lixo.
Assim como as vacas leiteiras, cabras precisam ser repetidamente inseminadas para produzir leite e, pouco tempo depois que seus bebês nascem, eles são arrancados delas. Os machos são criados pela carne e mortos com apenas alguns meses de idade. As fêmeas são condenadas ao mesmo destino cruel de suas mães: uma vida inteira de inseminação forçada, separação de seus filhotes, espancamentos e assassinato quando sua produção de leite declina.
A PETA da Alemanha apresentou uma queixa contra os proprietários da fazenda e está tentando fazer com que eles não possam mais manter animais no futuro. Os dois funcionários que aparecem nas filmagens abusando dos animais foram despedidos. Também há uma movimentação para que os veterinários que inspecionaram o local e não tomaram as devidas providências sejam penalizados.
Na época em que os vídeos foram feitos, a fazenda possuía o selo orgânico alemão da Bioland. Desde a divulgação das imagens, o selo foi retirado. Mas muitos dos abusos descobertos estão presentes em fazendas no mundo todo.
Termos de marketing utilizados como “100% natural”, “caipira”, “solto” e “orgânico” enganam os consumidores e não significam nada. Casos semelhantes já foram observados nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e em outros locais. Mas não importa em qual país isso aconteça, onde animais forem tratados como commodities, a crueldade e o sofrimento irão prevalecer. Há apenas um selo realmente humanitário, e ele é o “vegano”.