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Animais resgatados da Cracolândia mudam de vida e vão para adoção

16 de agosto de 2017
3 min. de leitura
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A vida de setenta animais que foram encontrados na Cracolândia, em São Paulo, dias depois de ser realizada uma operação policial no local, mudou. Após os usuários de crack se espalharem pela cidade, cães e gatos deixados para trás foram resgatados.

Whisky foi um dos cães resgatados. Saiu da vida de miséria nas ruas e foi viver em uma mansão dentro de uma fazenda, após ser adotado pela empresária Marlene Nicolau, proprietária do grupo de educação Microcamp. “O Whisky é demais, chegou e conquistou a todos. Foi logo dando beijos”, disse a nova tutora.

Cães resgatados da Cracolândia esperam por adoção em ONG (Foto: Bruno Santos/Folhapress)

Os animais que ainda não encontraram novos lares, sendo 40 cães e 30 gatos, estão abrigados em uma ONG em Ribeirão Pires, interior de São Paulo. No final de semana, eles já estarão prontos para serem adotados.

Entre os que ainda precisam de adoção, há Ovomaltine, um cão sem raça definida, macho, de 11 meses, de pelagem branca coberta por manchas marrons. Também um gato, ainda sem nome, que demorou para se adaptar ao gatil, já que viveu anos sem poder sair de dentro da mochila que um usuário de crack carregava nas costas.

 

Clovis, um dachshund marrom de aproximadamente cinco anos, encontrou um tutor que não se importou em adotar um cachorro com problemas na coluna que, de acordo com os veterinários, podem ser resultado de surras.

O resgate dos animais da Cracolândia foi realizado com a ajuda de Maria das Graças Bernardino, de 53 anos. Ela abrigava a maior parte dos cães e gatos em sua pensão, na alameda Dino Bueno, e abriu mão de continuar tutelando os animais porque sua casa era uma das que estavam sob ameaça de demolição pela prefeitura.

A ação foi feita pela apresentadora e ativista pelos direitos animais, Luisa Mell, que visitou o local e levou os animais para a ONG que leva seu nome. Fazendo uso de táxis adaptados para o transporte de animais, Luisa os levou para a entidade de 27 mil m², com canis, uma clínica e um centro cirúrgico.

A maioria dos resgatados estava em boa condição de saúde. Poucos precisaram de cuidados intensivos. “A saúde física estava boa, o problema é o estado psicológico. Muito chegaram assustados, mordiam”, disse a veterinária Marina Passadore em entrevista à Folha de S. Paulo.

ONG tem canis, clínica e centro cirúrgico (Foto: Bruno Santos/Folhapress)

Os animais, em sua maioria, eram de pequeno porte e muitos de raça. “Vieram muitos lhasa apsos e poodles, por exemplo. A gente desconfia que sejam os cães que eram furtados ou roubados e acabavam na cracolândia, onde eram trocados por droga”, contou.

Na ONG, os animais tomaram banho, receberam massagem, vermífugo, e foram tosados. Também passou a ser realizada uma reabilitação social. O cuidador Éric dá comida na boca de cada um diariamente.

Luisa Mell afirma que é possível notar uma mudança completa nos animais. “Mas mudam de verdade, ganham um novo semblante, depois que passam uns meses com um novo tutor”, disse.

Um último exame de sangue foi realizado em todos os cães e gatos. O resultado demonstrou que eles estão saudáveis e prontos para a adoção. No próximo sábado, 19, todos estarão no Shopping Morumbi em busca de um lar. Para adotar um deles é preciso ser maior de idade, apresentar documento com foto, comprovante de residência e responder ao questionário de adoção.

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