Entretanto, um novo estudo, publicado na revista Archives of Environmental Contamination and Toxicology (AECT), descobriu que os danos gerados pelos vazamentos possuem um alcance muito maior e podem indiretamente interromper toda a cadeia alimentar marinha.
O derramamento de petróleo Deepwater Horizon de 2010, que liberou 134 milhões de galões de petróleo no Golfo do México, matou milhares de mamíferos marinhos e contaminou seus habitats.
Mas os pesquisadores do estudo AECT descobriram que a mortalidade em massa também resultou em um pico dramático em algumas populações de peixes, como os menhaden, nos anos posteriores.
Os menhaden são pequenos peixes que são presas de uma grande variedade de animais marinhos, como peixes maiores, aves e cetáceos, como baleias e golfinhos. Como muitos de seus predadores desapareceram, eles conseguiram se multiplicar rapidamente, segundo o Ecowatch.
De acordo com o estudo, essa mudança na predação causou um “aumento da biomassa de menhaden no Golfo de México em 2011 para 2,4 milhões de toneladas ou mais do que o dobro da biomassa média de 1,1 milhão de toneladas na década anterior a 2010.”
“Nossa descoberta sugere que a estrutura das cadeias alimentares muda depois de um vazamento de petróleo, o que pode ser muito mais prejudicial para peixes e outras espécies aquáticas do que os impactos diretos do próprio petróleo derramado”, explicou o pesquisador principal, Jeffrey Short.
A nova análise “ressalta a necessidade de estudar não apenas essas espécies, obviamente afetadas, mas também toda a cadeia alimentar, durante as avaliações de derramamento de petróleo”, afirma um comunicado de imprensa do estudo.
“Embora os efeitos diretos dos vazamentos de petróleo nos ecossistemas tenham sido bem documentados, este novo estudo após a explosão do Deepwater Horizon em 2011 proporciona a primeira indicação de que derramamentos de petróleo podem mudar a natureza de toda a cadeia alimentar aquática”, disse Peter S. Ross, editor-chefe da AECT.