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Comércio de ossos deixa leões africanos à beira da extinção

27 de julho de 2017
3 min. de leitura
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Rugido de leão
Foto: AFP

A proibição da China sobre a venda de produtos derivados de tigres fez com que comerciantes sem escrúpulos os substituíssem por partes de leão, informa a Agência de Investigação do Meio Ambiente (EIA), sediada no Reino Unido.

A África do Sul é a maior exportadora de partes de leões para a Ásia, acrescentou a agência.

A EIA tem exigido que o comércio seja proibido e explica que isso incentiva a caça dos animais. A organização divulgou o seu relatório na mesma época me que um evento da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES) começa na Suíça.

Infelizmente, a CITES autoriza o comércio limitado de partes de leões criados em cativeiro. No último mês, o governo sul-africano anunciou uma cota de exportação de 800 esqueletos, despertando a revolta de organizações de proteção animal.

A EIA disse que entre 2005 e 2015, a África do Sul exportou 755 corpos de leão, 587,5 quilos de ossos (o que equivale a aproximadamente 65 leões), 54 garras, 3,125 esqueletos, 67 crânios e 90 dentes para o Laos e para o Vietnã.

O grupo listou cinco descobertas de ossos de leão vendidos como produtos de tigres nos últimos dois anos.

“Em Abril deste ano, a polícia chinesa prendeu um comerciante em Nanjing, no Leste da China, que comprou o que acreditava ser um osso de tigre. Após testes de DNA, foi revelado que era um osso de leão”, explicou.

“Em Maio de 2016, um suspeito foi preso no Vietnã com 680 garras de tigre trazidas para Laos. Porém, após o teste de DNA, concluiu-se que as garras eram de leões e não de tigres”, adicionou.

O estudo da EIA revelou que houve três descobertas de partes dos animais na China em 2015. “Em Maio desse ano, uma rede criminosa foi condenada em Pequim, pois foi flagrada misturando ossos de leão com ossos de tigre e vendendo todos como ossos de tigre”, continuou.

Ossos de tigre
Foto: AFP

Na China e em alguns países do Sudeste Asiático, acredita-se que os ossos de tigre possuam propriedades medicinais. Há também uma enorme demanda por vinhos feitos com ossos de tigre nesses mercados.

“Todas as descobertas de ossos de leão comercializados como ossos de tigre que listamos são confirmadas pelas autoridades dos respectivos governos. Antes, havia especulações e agora esses resultados das investigações dos governos confirmam as suspeitas”, disse Debbie Banks, investigadora da EIA.

Os grupos de vida selvagem temem que isso leve à extinção dos leões e observam que sua população caiu 43% na África entre 1993 e 2014.

Embora os indivíduos da espécie tenham aumentado em Botswana, na Namíbia, na África do Sul e no Zimbábue em 12% neste período, o número caiu no restante da África.

“Os outros países africanos que não possuem instalações de criação em cativeiro, como aquelas na África do Sul, preocupam-se com o fato de que permitir o comércio desses produtos de leão pode afetar as populações selvagens. É preocupante que não existam informações sobre a situação dos leões selvagens no resto da África”, esclareceu Sabri Zain, diretor de política da Traffic, uma organização que investiga o comércio de animais silvestres.

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