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Ativistas revelam o lado sombrio da exploração de animais em atrações turísticas

8 de maio de 2017
6 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Shutterstock/Sakdinon Kadchiangsaen

Para um amante de animais, a chance de se aproximar dos seres mais “exóticos” do mundo pode parecer um sonho.
Porém, para os animais envolvidos – como golfinhos, tigres e elefantes – isso é um verdadeiro pesadelo.

A reportagem conversou com ativistas para revelar atrações turísticas que escondem uma crueldade enorme e que não devem ser visitadas pelo público.

Selfies com tigres

Foto: EPA

Estabelecimentos que permitem que os turistas interajam com tigres e posem para fotos com eles são particularmente populares na Tailândia.

Mas como é a vida para esses magníficos felinos grandes? “Os tigres são forçados a viver em um ambiente não natural e têm que suportar interações com um fluxo constante de turistas”, diz a PETA.

“Como os animais nunca perdem seus instintos selvagens, em alguns recintos, os tigres são drogados, mutilados e contidos com o objetivo de torná-los ‘seguros’ para o público. Ainda assim, todos os anos, incidentes de agressões de tigre são relatados neste tipo de atração turística”, completa.

Foto: Shutterstock/Chalitsa Hongtong

Uma das operações mais populares da Tailândia, o Tiger Kingdom, possui centros em Chiang Mai e Phuket e afirma em seu site que os animais são domesticados porque são criados por cuidadores e “na natureza, o tigre passa a maior parte do dia dormindo”.

Quanto à manipulação dos hóspedes em relação aos animais, o local diz que “mesmo o mais áspero toque não incomodará estes felinos grandes”.

O estabelecimento também revela que treina os tigres com uma vara, usando “métodos verbais e físicos” e que “o comportamento agressivo resulta em uma batida dura no nariz”.

Nado com golfinhos

Foto: Shutterstock/Alexander Chalkin

Muitas pessoas podem não saber que os animais usados nas atividades de “nado com golfinhos” são muitas vezes capturados na natureza e arrancados de suas famílias ou movidos entre diferentes parques ao redor do mundo, segundo informações do Daily Mail.

“Eles são forçados a viver no que é, para eles, o equivalente a uma banheira – e mesmo quando estão exaustos ou com dor, devem puxar os turistas por suas barbatanas dorsais durante horas a fio ou ficarem imóveis para os turistas os tocarem e acariciarem”, afirmam os ativistas.

“A evidência científica de que os golfinhos sofrem em cativeiro é irrefutável. Eles usam ondas de sonares para determinar a localização e a distância, mas, em cativeiro, seu sonar refletido nas paredes dos tanques lamentavelmente estreitos pode deixá-los totalmente enlouquecidos”, adicionam.

Foto: Shutterstock/Alex Zabusik

Em agosto de 2016, uma proibição da natação com golfinhos no Havaí foi proposta por reguladores federais. Porém, a indústria continua em pontos turísticos com temperaturas elevadas como a Flórida.

Em estado selvagem, os golfinhos passam cerca de 80% do tempo abaixo da superfície e nadam mais de 60 quilômetros por dia – isso jamais pode ocorrer em cativeiro.

Shows com orcas

Foto: Shutterstock/dmitro2009

“Parques confinam orcas em tanques de concreto e as obrigam a realizar truques sem sentido para obter alimento”, afirma a organização.

“Elas são privadas de tudo o que lhes é natural e importante e muitas não atingem metade da sua expectativa de vida por causa do estresse e da solidão causados por suas condições”, acrescenta.

Após décadas de protestos, em abril de 2016, o SeaWorld anunciou que encerraria o programa de reprodução de orcas usadas em apresentações em seus parques.

Em outros lugares do mundo, a indústria continua ativa. O Loro Parque, uma operação em Tenerife, na Espanha, despertou indignação em abril de 2016, após a divulgação de imagens que mostravam uma orca repetidamente batendo a cabeça contra um portão de metal.

A filmagem foi divulgada pelo The Dolphin Project, que afirmou que a orca Morgan parecia suportar um grande sofrimento. Em resposta, um porta-voz do parque descreveu o vídeo como a “dramatização de uma situação completamente normal em que não há problema” e insistiu que Morgan “só quer abrir o portão para entrar na piscina vizinha”.

Zoológicos

Foto: AFP/Getty Images

“Animais selvagens confinados em ambientes restritos e não naturais, sem espaço para se movimentar, ficam profundamente frustrados e muitos enlouquecem”, afirmam os ativistas.

“Zoológicos criam animais porque a presença de bebês atrai visitantes e aumenta a receita. Porém, frequentemente, não há lugar para colocar os filhotes que crescem e eles são mortos, como vimos [ocorrer] com a girafa Marius na Dinamarca”, explicam.

Marius era uma girafa saudável do sexo masculino explorada pelo Zoológico de Copenhage. Ela foi declarada um “excedente” pelo diretor científico Bengt Holst e assassinada.

Foto: Reprodução, Daily Mail

Uma autópsia foi realizada em Marius na frente do público antes que seus restos fossem oferecidos como alimento para os leões do zoo.

Em outro caso, no South Lakes Safari Zoo, em Dalton-in-Furness, Cumbria (Inglaterra), quase 500 animais morreram em quatro anos.

Passeios de elefante

Foto: Shutterstock/Sakdinon Kadchiangsaen

Existem várias atrações turísticas que promovem passeios nas costas de elefantes em toda a Ásia.

“Os bebês elefantes são arrancados de suas mães para que adestradores quebrem o seu espírito por meio de sessões de treinamento exaustivo. Durante estas sessões, os bebês são presos por até 14 horas de cada vez com cordas e correntes. Durante os passeios, os treinadores usam bullhooks para controlar e obrigar os elefantes a fazer exatamente o que querem. No entanto, é impossível prever o comportamento de um elefante e houve vários incidentes em que as pessoas foram gravemente feridas por esses animais”, apontam os ativistas.

Foto: AP

Vale lembrar que esses incidentes ocorrem porque os animais são explorados até a exaustão e ficam extremamente angustiados e desesperados para escapar dos seus captores.

Shows com chimpanzés

Foto: Caters News Agency

Talvez uma das instalações de entretenimento mais conhecidas que usa chimpanzés em performances seja o Schwaben Park, na Alemanha.

“Os chimpanzés deste parque são obrigados a realizar truques degradantes enquanto usam coleiras. Quando não estão se apresentando, os ‘animais dos shows’ são frequentemente confinados em recintos pequenos e estéreis e exibem sintomas de estresse, depressão, ansiedade e tédio”, afirma a PETA.

Não é nenhuma surpresa que seus truques pareçam muito avançados, já que cientistas comparam a inteligência desses animais à de uma criança humana.

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