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Elefantes são forçados a lavar automóveis em um dos piores zoos dos EUA

17 de janeiro de 2017
4 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: In Defense of Animals

Um elefante usa seu tronco para jogar água em um dos lados de um carro. “Awwww. Faça de novo, o quanto isso é legal?” uma mulher dentro do veículo diz.

Há também crianças dentro do automóvel que riem e gritam enquanto o elefante mergulha seu tronco de volta em um balde cor de rosa e espirra mais água para o carro.

Em seguida, um adestrador do zoológico lhe dá uma esponja para começar a esfregar uma janela. Isto é exatamente o que acontece no Wildlife Safari, um zoológico em Oregon (EUA). Por US$ 25, os visitantes podem ter seu carro ou caminhão lavado por elefantes que usam seus troncos como mangueiras.

Embora lavagens de carro com elefantes possam parecer inofensivas, essas práticas são cruéis, desnecessárias e definitivamente não naturais para os animais.

Foto: PNNatives, Facebook

Na verdade, o programa de lavagem de carros do zoo fez com que a In Defence Of Animals (IDA), uma organização internacional de proteção animal, considerasse o Wildlife Safari como um dos 10 piores zoos norte-americanos.

“É particularmente difícil ver esses magníficos animais selvagens sendo explorados para realizar truques de circo tão degradantes, como vemos no Wildlife Safari. Esses indivíduos cativos não são autorizados a ter a vida para a qual nasceram”, disse Toni Frohoff, cientista de elefantes e cetáceos da IDA.

“A natureza não pretendia que [seus troncos] fossem usados como mangueiras para limpar carros”, acrescentou.

O Wildlife Safari também obriga os elefantes a realizarem outros truques como “dançar” e permite que os visitantes tirem selfies com eles.

Em dezembro, o zoológico vendeu ingressos para um “espetáculo de Natal” no recinto de elefantes, onde as pessoas podiam observar um elefante pintar um ornamento de madeira para elas.

Frohoff opina que os elefantes não estariam fazendo essas ações sem a ameaça de bullhooks – longas varas com pontas curvas e afiadas.

Enquanto os zoológicos frequentemente afirmam que os detentores só usam bullhooks para guiar e “treinar” elefantes, a extremidade pontuda pode prejudicar a pele e alguns adestradores são conhecidos por usar os ganchos para espancar e torturar os animais.

Foto: In Defense of Animals

Em um vídeo recente postado na página de Facebook do Wildlife Safari, um adestrador parece segurar um bullhook debaixo do braço enquanto um visitante pede sua namorada em casamento na frente do recinto de elefantes e espectadores tiram fotos. A adestradora do vídeo da lavagem de carros feita por elefantes também mantém um bullhook debaixo do braço.

Para Frohoff, o uso de bullhooks é “bárbaro” e os treinadores os utilizam para forçar os elefantes a exibir comportamentos não naturais como a limpeza de  carros. “Os elefantes … estão sob a ameaça constante dos bullhooks cruéis. Quem seria feliz nestas condições?”, questiona.

Além de serem coagidos a se comportar de maneiras antinaturais, elefantes explorados em zoos também vivem de forma diferente do que viveriam na natureza. “Na natureza, os elefantes perambulam por vastos territórios, mas em zoológicos, são forçados a viver em espaços medidos em metros quadrados em vez de milhas quadradas”, disse Katie Arth, gerente de mídia da PETA, ao The Dodo.

Reprodução/Facebook

“Eles desejam viver em grupos familiares próximos, mas os zoológicos os mantêm em grupos sociais artificialmente pequenos – muitas vezes com indivíduos não-relacionados e grupos de idade não naturais – e lhes negam a opção de evitar interações diárias com seres humanos”, completou.

Enquanto o Wildlife Safari afirma em seu site que é dedicado à “conservação, educação e pesquisa de fauna nativa e exótica”, Arth esclareceu que as lavagens de carros não contribuem em nada para ensinar as pessoas sobre os elefantes ou para conservar a espécie.

“Além da crueldade do cativeiro em si, essas manobras de arrecadação de dinheiro enviam uma mensagem perigosa sobre a conservação. Evidências mostram que as pessoas que observam animais em perigo sendo acariciados ou fazendo truques já não os veem como sendo ameaçados e essas acrobacias podem até encorajar os visitantes a participar de atividades horríveis como passeios de elefantes”, esclareceu.

Frohoff também está preocupada com outras condições dos elefantes. O Wildlife Safari tem cinco elefantes africanos e um elefante asiático. Mesmo que eles sejam de diferentes espécies, o zoológico mantém todos juntos.

“[Isso revela] desrespeito e falta de compreensão das necessidades sociais básicas dos elefantes e das diferenças entre as espécies. Os elefantes estão entre os animais socialmente mais dependentes e complexos da Terra, não é natural para eles viverem com indivíduos não relacionados, muito menos em condições de confinamento antinatural, particularmente com membros de outras espécies. A falta de respeito por sua cultura e necessidades sociais é chocante”, declarou.

As lavagens de carro não ocorrem durante os meses mais frios do inverno, mas um porta-voz do estabelecimento confirmou que iriam reabrir na primavera. O programa de lavagem de carros com elefantes tem sido executado no Wildlife Safari desde 2009, de acordo com Arth.

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