O lixo jogado nas praias do litoral do Rio Grande do Sul na época de veraneio chamou a atenção de pesquisadores da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), no Sul do estado. Segundo os ambientalistas, os resíduos jogados na areia são a principal causa da morte de animais marinhos.
Em um único dia de monitoramento, 80 tartarugas foram encontradas sem vida na Praia do Cassino, no Litoral Sul.
Em análise no laboratório da universidade, pedaços de plástico e até linhas de pesca estavam no estômago dos animais. Segundo o Projeto Tartarugas no Mar, realizado em Rio Grande, o lixo é a causa de 85% das mortes da espécie no Rio Grande do Sul.
“Estamos em uma praia com muito vento. Sempre tem de ter cuidado com o lixo, porque vai cair na água e vai ser alimentação dos animais”, aponta Rodolfo Silva, coordenador do Centro de Recuperação de Animais Marinhos.
Com o trabalho dos ambientalistas, porém, algumas tartarugas conseguem sobreviver e retornar ao habitat natural. “Uma delas foi capturada por um pescador que imediatamente entrou em contato. E aí nós resgatamos o animal”, exalta o coordenador do projeto Tartarugas no Mar, Sérgio Estima.
Na chegada do verão, o Litoral Sul também se torna a casa de grupos de leões-marinhos, que escolheram as pedras dos Molhes da Barra, em São José do Norte, e a Ilha dos Lobos, em Torres, como refúgios. Eles se preparam para retornar às colônias de origem, no Uruguai. Toda a semana, a população é monitorada.
A estimativa dos pequisadores é que, por ano, 100 animais da espécie são encontrados mortos na região. Os especialistas constataram que os leões-marinhos sofrem agressões de pescadores incomodados com a proximidade dos bichos às redes. “O respeito por outras espécies é importante para a educação ambiental de todos nós”, pede o oceanólogo Rodrigo Moreira.
Com informações de G1.