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Cão morre depois de ser transportado em voo de São Paulo para Vitória

19 de setembro de 2011
4 min. de leitura
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Santiago morto

Por Lobo Pasolini  (da Redação)

Um cãozinho pug, chamado Santiago, morreu na última terça-feira (13), após passar cerca de 10 horas dentro de uma caixa de transporte em decorrência de atraso em voo da empresa GOL Linhas Aéreas Inteligentes, que ia de São Paulo a Vitória, segundo informações do tutor.

Fabio Cesar dos Santos, tutor de Santiago, que  é também tosador e handler, diz que ele teria morrido depois de sofrer uma parada cardiorespitarória, e que o fato foi desencadeado pela espera excessiva em ambiente fechado. Segundo ele, a viagem estava marcada para as 7h. No entanto, por problemas com o transporte do cão, a viagem foi transferida para o voo das 10h50, do mesmo dia. Ele alega que o voo remarcado demorou mais de três horas. Desesperado, pediu para ver se o cachorro estava bem, mas foi informado por funcionários da Gol de que o regulamento da empresa não autorizava o procedimento.

Veja os vídeos que os tutores fizeram de Santiago que estava passando mal após a descida do voo.

A empresa GOL, que fez o transporte dos animais, disse em nota à imprensa que lamenta profundamente pelo ocorrido. Disse ainda que um de seus diretores fez contato com o cliente na semana passada, pediu desculpas em nome da companhia, forneceu informações sobre a apuração interna e se colocou à disposição para prestar todo o suporte possível. Durante esse contato, o cliente se reservou no direito de falar somente por meio de seu advogado. Em respeito a isso, a GOL disse que prestará os esclarecimentos diretamente aos envolvidos.

Irresponsabilidades

A morte sofrida de Santiago aponta para dois  problemas: O primeiro é o da falta de profissionalismo das empresas aéreas quando elas transportam animais. Quem já viajou com um animal sabe como eles são tratados como mera mercadoria e como os funcionários são despreparados para lidar com esse tipo de cliente. Tragédias acontecem o tempo todo em todo o mundo. Aqui no Brasil, nos últimos meses, casos de mortes em voos da Gol e Tam e fugas de animais embarcados pela Gol têm sido largamente noticiados.

O segundo problema é que ao longo da história da exploração de cães, que foram sendo manipulados geneticamente simplesmente para atender a exigência estética dos humanos, muitas raças surgiram com problemas congênitos.

Os cães braquicéfalos ─ que tem o focinho curto, como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shitsus, Lhasas Apso, Boston entre outros, sofrem mais com as altas temperaturas devido à anatômica dificuldade de respirar e perder calor, conforme explica matéria publicada na ANDA. “Por isso não devemos nunca submeter os cães a situações de intenso calor ambiental como banho e tosa, passear em horários muito quentes, ficar dentro de carros parados ou em viagem longas, e outras situações de estresse”, alerta o médico veterinário, Marcelo Quinzani.

E Quinzani ainda esclarece que  “o primeiro sinal que o animal precisa de resfriamento é quando se mostra muito ofegante. No quadro de hipertermia a temperatura corporal pode atingir até 42º C, provocando vômitos, coagulação intravascular disseminada, edemas pulmonares, paradas cardíaca e até mesmo chegar ao estado de coma.”.

A lista de possíveis problemas é tão extensa que você se pergunta: como pode alguém querer reproduzir um animal que vem ao mundo para sofrer? Se os animais domesticados já são vulneráveis por serem dependentes do ser humano, imagine quando eles nascem com tantos problemas de saúde. E ainda submeter o animal a viagens longas?

Animais comprados de criadores são com frequência transportados por avião para serem entregues, tal como uma mercadoria, para o comprador.

Em suma, o que aconteceu com Santiago não foi um acidente, mas o resultado de negligência todas as partes envolvidas.

Sendo esse caso, a GOL deveria se recusar a transportar raças caninas e felinas braquicéfalas devido ao risco que elas correm ao serem submetidas a uma experiência tão estressante quando voar. Na verdade, a GOL e suas concorrentes deveriam parar de aceitar criadores como clientes. Talvez essa fosse uma forma de diminuir a demanda por animais de criadores, que frequentemente são vendidos para outros estados e transportados por avião. A s empresas aéreas só deveriam embarcar animais com seus tutores em voos espeíficos dentro da cabine.

Mas, a ANDA alerta que, salvo em extrema emergência, animais não sejam embarcados em aviões em virtude do alto estrese a que são submetidos.

Abolição da exploração

Os defensores de animais se opõe à criação de animais e a domesticação em geral. Se os veganos têm cães em casa animais, esses são resgatados do abandono, são os verdadeiros refugiados da exploração humana.

Nota da Redação: A ANDA sente muito pelo sofrimento a que o cão pug Santiago foi submetido e por sua morte. Aproveitamos para registrar um alerta a todos os tutores para que hajam sempre com consciência e respeito, e não embarquem animais cujas raças sejam braquicéfalas, a possibilidade, diante do estresse causado pelo voo, de terem problemas de saúde ou mesmo de morrerem é muito alta.

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