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Brasil tem cerca de 100 leões e 20 ursos à espera de um lar

31 de julho de 2011
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Alex, leão que, por ser castrado, não tem juba, descansa no Rancho dos Gnomos, santuário de Cotia. (Foto: Reprodução)

As irmãs Biná e Hera, 15, têm um lar. Em 2003, as leoas foram deixadas em uma jaula em praça de Sumaré (118 km de São Paulo). Tinham queimaduras e lesões. Após negociações com órgãos ambientais, foram para um santuário ecológico em Cotia (Grande São Paulo).

Outros animais não tiveram a mesma sorte. Entidades que defendem os animais estimam haver cerca de cem leões e 20 ursos no país à espera de abrigo definitivo -a maioria originária de circos.

Muitos ficam provisoriamente nesses locais ou em espaços adaptados. O problema também afeta animais exóticos e silvestres abandonados ou apreendidos após denúncias de maus-tratos.

Em 2008, havia 150 leões abandonados no país, segundo o Ibama. Dois anos antes, eram apenas 68. O órgão não tem números atuais.

Achados em jaulas deixadas em estradas ou apreendidos por ordem judicial, os animais vão para centros de triagem ou zoológicos, em espaços isolados do público.

“Eles chegam sem garras, queimados, com feridas abertas e infecções”, conta Silvia Pompeu, do santuário Rancho dos Gnomos.

O microbiologista Pedro Ynterian, 71, colunista da ANDA e presidente do Great Ape Project, ONG que cuida de 300 animais, diz que o poder público não tem onde colocar esses animais vítimas da exploração. “Há pelo menos 20 ursos em circos, que têm vontade de entregá-los, já que não podem mais exibi-los. Mas o Ibama não tem para onde levá-los.”

Para Ynterian, os zoológicos não são adequados. “Os animais desenvolvem problemas psicológicos por causa do assédio do público ou ficam em aposentos separados, ainda menores que os espaços de exposição.”

Hoje, dos 111 zoos no país, 77 estão em situação irregular, segundo o Ibama. Entre os problemas encontrados estão más condições de infraestrutura, pendências documentais e falta de identificação dos bichos. Há também registros de falta de segurança e crimes ambientais, como tráfico de animais.

Segundo o presidente da Sociedade de Zoológicos Brasileiros, Luiz Pires, a maioria enfrenta dificuldades financeiras e não tem condições de receber mais animais.

O Ibama afirma que a falta de vagas para animais abandonados é sazonal e ocorre quando há grandes apreensões. Enquanto não se tem um destino certo, eles ficam em centros de triagem.

Os últimos dados de entrada de animais nesses centros são de 2009 -18.676 casos.

Fonte: Primeira Edição

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