Happy Feet, que nadou cerca de 3 mil quilômetros entre o pólo sul e a Nova Zelândia, teve o estômago operado para remover areia, que ele vinha ingerindo achando que era neve.
Pinguins ingerem neve para se hidratar e manter a temperatura do corpo. Segundo os veterinários do zoológico de Wellington, onde ele foi tratado, a areia ingerida por Happy Feet estava se acumulando em seu corpo e fazendo com que ele ficasse letárgico.
Centro das atenções
O drama do pinguim imperador virou notícia em todo o mundo após ele ser encontrado na segunda-feira da semana passada na praia de Peka-Peka, a 60 km de Wellington, conforme publicado pela ANDA.
Os especialistas relutavam em submeter o animal a uma operação, porque Happy Feet, que tem cerca de dez meses de idade, parecia gozar de boa saúde, mas sua condição foi piorando e os veterinários decidiram trasladá-lo para Wellington para as operações.
Uma semana depois, centenas de pessoas foram até o local para assistir um renomado gastroenterologista do hospital de Wellington realizar uma endoscopia na ave.
Após uma lavagem estomacal para retirar a areia e pequenos gravetos do sistema digestivo do pinguim, Happy Feet vem se recuperando bem e já está se movimentando melhor do que quando foi encontrado.
“Esperamos que agora o resto das substâncias que ele ingeriu seja eliminado naturalmente”, disse a veterinária Lisa Argilla ao jornal New Zealand Herald.
Happy Feet está tomando remédios para acelerar sua digestão e passará por um Raio-X na quarta-feira para que a equipe possa checar o progresso.
Expedição
O empresário Gareth Morgan, que viajará para a Antártida em fevereiro, se ofereceu para levar Happy Feet consigo.
“Até lá ele terá de receber os cuidados aqui em Wellington, onde temos a felicidade de contar com uma grande comunidade de especialistas em vida animal”, disse o empresário, em seu site.
Morgan disse estar confiante em que “o nosso amigo extraviado seja acolhido devidamente até a hora de zarpar.”
Funcionários, no entanto, dizem que Happy Feet pode ter que ser levado para a região sub-Antártica antes disso.
Novidade
Foi a primeira vez em mais de 40 anos que um animal da espécie foi visto na Nova Zelândia.
Segundo o jornal New Zealand Herald, o último registro de um pinguim imperador no país foi na praia de Oreti, na ilha Sul, em 1967.
“É incrível ver um destes pinguins na costa de Kapiti. Animais incomuns da Antártida visitam nossas praias às vezes, mas não sabemos bem o porquê”, disse o porta-voz de biodiversidade do Departamento de Conservação neozelandês, Peter Simpson, ao jornal.
Os pinguins-imperadores pertencem à maior de todas as espécies de pinguins e podem chegar a mais de um metro de altura quando adultos.
Fonte: BBC