Por Lobo Pasolini (da Redação)
Uma batalha contra a crueldade que sofrem as aves nas mãos de vendedores está sendo travada em São Francisco, Califórnia, e agora começa a chamar a atenção da grande mídia.
Esta semana, San Francisco Chronicle e San Francisco Examiner, duas das principais publicações regionais, publicaram artigos sobre a campanha liderada pelo grupo LGBT Compassion, uma organização que mescla ativismo gay e pelos direitos dos não humanos.
O centro do protesto é um mercado na UN Plaza onde uma empresa chamada Raymond Young Poultry, cuja base é em Modesto, vende centenas de galinhas por dia. Essas são compradas principalmente por asiáticos e são carregadas em sacos plásticos como se fossem coisas, além de serem mantidas em condições deploráveis.
O protesto começou a funcionar e as vendas já declinaram em 30 por cento. O objetivo dos ativistas é fechar este tipo de comércio no mercado.
Bullying
Uma das dificuldades dos ativistas é não ter apoio oficial, já que a lei anticrueldade contra animais exclui completamente as aves. Portanto uma das maneiras de atingir os exploradores de animais é através de violações de higiene.
Segundo a LGBT Compassion, o departamento de saúde pública detectou violações que foram registradas desde junho passado. A Raymond Young foi convocada para uma reunião e dada um prazo para cumprir as regras. A LGBT Compassion afirma que apesar de tudo isso, a ONG tem registrado violações todos os dias, como está documentado em vídeo.
Ao contrário do que a mídia relatou, as aves vêm de fazendas-fábricas e não de pequenas granjas familiares como a empresa diz. “Raymond Young é apenas um intermediário, comprando poedeiras descartadas de granjas de ovo e fazendo um lucro enorme em cima delas”, diz a LGBT Compassion.
A granja em Modesto é de propriedade da C.C. & Son Farms, Inc. enquanto a outra em Manteca pertence a Gemperle Industries, um dos maiores produtores de ovos da Califórnia e que já foi investigada pela Mercy For Animals, levando a rede Trader Joe’s a dispensá-los como fornecedores. A ONG ainda não conseguiu identificar o operador da terceira granja de onde vêm as galinhas.
A ONG também acusa as autoridades de descaso e os empregados da Raymond Young de homofobia e violência. Ataques nos manifestantes pacíficos são rotineiros assim como comentários antigay e LGBT, dois dos quais estão registrados em vídeo e estão sendo investigados pela Comissão de Direitos Humanos.
No dia 29 de dezembro de 2010, um empregado deu um soco no rosto de um voluntário enquanto esse tentava filmar os pássaros em suas gaiolas. O voluntário caiu no chão, perdeu o controle da câmera e teve ferimentos leves. A filha de Raymond Young, Christina Ly, tomou sua câmera e ela, ou alguma outra pessoa, removeu o cartão de memória com a evidência videográfica, depois jogou a câmera no chão. O funcionário foi preso (e solto mais tarde) mas o caso ainda está pendente.
Comentário: os exploradores de animais dizem que é uma tradição chinesa comprar animais vivos em mercados. Mas colocar o rótulo de cultura em crueldade e sofrimento não muda nada. O fato dos exploradores de aves se mostrarem violentos também não surpreende e sua homofobia menos ainda: especismo, homofobia, misoginia, todos brotam do mesmo tronco.
Fonte: LGBT Compassion