EnglishEspañolPortuguês

Cineasta diz que programas de TV sobre vida selvagem desrespeitam os animais

21 de dezembro de 2010
2 min. de leitura
A-
A+

Imagem: Mongabay

Por Lobo Pasolini
(da Redação)

Programas de TV que cativam o público por focarem em animais selvagens, veiculados através de canais como Discovery Channel e  Wild America por Marty Stouffer, criam uma impressão de intimidade com a chamada ‘vida selvagem’.  O que muita gente não sabe é que a maioria desses filmes e documentários apelam para recursos não éticos como tormento de animais, cenas montadas e o uso de animais treinados, é o que informa a reportagem do Mongabay.

Essas acusações partiram de Chris Palmer, um veterano da indústria cinematográfica com mais de 300 horas de programação original para a televisão, além de trabalhos para o cinema e a autoria de um livro sobre esse gênero audiovisual.

Palmer admite que seus filmes usaram de métodos não éticos e que uma proporção grande de programas sobre a vida animal é tão roteirizada quanto os filmes de Hollywood.

Como nos filmes, crocodilo é puxado para dentro do barco. Foto: © Brady Barr

“Meu objetivo sempre foi usar a televisão para promover conservação e mudar políticas públicas”, ele diz, mas admite que esse não é o objetivo de cineastas da vida selvagem. Em geral seu objetivo é acima de tudo conseguir números altos de audiência, o que os leva a desejar imagens de um animal se comportando de uma certa forma. Daí o uso de cenas montadas.

“Se você vir um close-up de um urso nas suas pernas traseiras, urrando, provavelmente existe um treinador nos bastidores dizendo a ele o que fazer”, Palmer diz.

Os animais treinados variam de ursos a tigres siberianos. Eles são mantidos em reservas privadas ou fazendas de animais silvestres. “São lugares estressantes para os animais, especialmente animais grandes e carismáticos como ursos, lobos e linces; muitas vezes esses animais são mantidos em jaulas pequenas” ele diz ao Mongabay.

Chris diz que a manipulação é motivada por dinheiro porque economiza tempo. Ele resolveu “abrir o bico” porque se cansou de ver tanto tormento de animais durante filmagens, o público sendo enganado e a falta de conservação nos filmes. Para tentar mudar a situação no futuro, ele fundou um centro de cinema ambiental na American University para educar a nova geração de cineastas sobre como produzir filmes sobre animais usando uma metodologia ética.

Você viu?

Ir para o topo