Por Raquel Soldera (da Redação)

Mais de 400 intelectuais espanhóis do mundo da arte, da cultura, dos negócios, do ensino, da veterinária e da proteção dos animais se uniram contra o festival sádico e cruel Toro de la Vega, pedindo a sua abolição por meio da campanha “Mais de 400 assinaturas contra o Toro de la Vega”.

Segundo informações divulgadas no site da organização espanhola em defesa dos animais AnimaNaturalis, todos os anos, na segunda terça-feira do mês de setembro, em Tordesilhas, um município da província de Valladolid, na Espanha, um touro é perseguido a cavalo e a pé por centenas de pessoas, que o atingem com lanças até a sua morte.

“Nós, signatários, rejeitamos que na Espanha se entenda como cultura a humilhação e a tortura de um ser vivo, que se chame de arte um derramamento de sangue”, começa a carta, que ressalta a crueldade desta celebração e continua: “Apoiamos este manifesto, como artistas e intelectuais da literatura, da música, da dança e do pensamento em geral, mas, sobretudo, como seres humanos, capazes de se envergonhar da barbaridade por parte de alguns membros da espécie a que pertencemos”.

“O Toro de la Vega representa apenas uma tortura pública, assim como os demais entretenimentos com touros na Espanha e em outros países latino americanos. Exigimos a abolição de tais aberrações, que nos recusamos a ser cúmplices de um amanhã que se horrorizará com a crueldade de alguns ante o silêncio de tantos”, concluíram os signatários deste movimento, que surgiu por iniciativa de um ativista defensor dos direitos dos animais, Julio Ortega Fraile, e do poeta e dramaturgo Ángel Padilla.

Mais de trezentas pessoas participaram de uma manifestação no último domingo, 12, em Valladolid, contra o festival, e marcharam pela cidade até concentrarem-se na Delegação Provincial da Junta de Castilla y León, que foi criticada pelo apoio dado a este festival declarado como Bem de Interesse Cultural.

Assista ao vídeo da campanha “Mais de 400 assinaturas contra o Toro de la Vega”, em espanhol: