Mariana Albano
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Gostaria de compartilhar com vocês algo que aconteceu comigo hoje pela manhã.
Eu estava indo ao trabalho como todas as manhãs e pelo mesmo caminho quando passei em uma ponte (em cima do rio Tietê) e vi um cachorro no rio. Parei meu carro e fui correndo ver o que tinha acontecido. Um homem (na verdade, deve ser chamado de monstro e não de homem) tinha jogado o cachorro lá. Eu disse a ele que aquilo era crime e que o cachorro estava sendo levado pela correnteza e morreria de frio. Ele disse que era para o cachorro morrer mesmo. Que o cachorro “era dele e ele fazia o que quiser”. Falou ainda que tem outros cinco cachorros e que ele sabia como cuidar. Eu discuti muito com ele e quando peguei o telefone para chamar a polícia ele ameaçou me bater. Eu o encarei e continuei chamando a polícia. Enquanto isso ele, fugiu de bicicleta.
Num primeiro momento, a atendente da polícia não quis me ouvir. Disse que eu deveria chamar o departamento de zoonoses da cidade. Eu insisti com ela, disse que havia ocorrido um crime previsto por Lei Federal e ela tinha que resolver a situação. Ela mandou uma viatura. Enquanto isso, chamei os bombeiros para tirar o pobre do rio. Tentei chegar próxima da margem através do muro de uma fábrica, mas a pessoa que me atendeu na porta disse que eu não poderia entrar, que aquilo era uma propriedade privada. Eu, às lágrimas, disse que entendia, mas precisava resgatar o cachorro que iria morrer.Perguntei se ele preferia isso a me deixar entrar. Ele disse que sim. Meu Deus mais um monstro!!!
Enfim, o cachorro conseguiu chegar à margem mas não tinha por onde sair de lá. Tentei acalmá-lo de cima da ponte enquanto aguardava os bombeiros, que logo chegaram. Três bombeiros ajudaram no resgate. Um deles desceu por uma corda até a margem do rio e muito gentilmente conseguiu atrair o cachorro, que estava extremamente abalado. Amarraram o cachorro pela corda e conseguiram subi-lo até a ponte. Excelente trabalho desses profissionais!
Os policiais também fizeram um bom trabalho e anotaram a descrição do crimimonos para tentar localizá-lo.
Enquanto isso, eu consegui entrar em contato com o José Roberto, delegado da Delegacia Regional de Proteção do Alto Tietê, que está localizado em Mogi das Cruzes. Em cinco minutos, ele veio ao local me atender. Tiramos fotos do pobrezinho no local e ele entrou em contato com todos os jornais e emissoras da cidade para divulgarem o caso. Todos retornaram interessados, inclusive a afiliada da TV Globo da cidade. Fiquei muito feliz em ver o trabalho do delegado e da UIPA.
Vou fazer de tudo para divulgar esse caso na cidade e assim evitar que crimes como esse ocorram novamente. A população precisa entender a gravidade desse assunto, atuando como agentes de proteção e não sendo coniventes ou se omitindo a assumir sua responsabilidade.
Agradeço a Deus por ter me colocado naquela hora naquele lugar.
Hoje salvamos a vida de um peludo!
Ainda não sei o que faremos com ele. Nesse momento, ele está na casa da minha mãe e receberá muito amor e alimentação para se recuperar desse trauma (ele está muito magro, provavelmente não recebia comida na casa do monstro!). Depois tentaremos encontrar um lar para ele.
Que essa história sirva de motivação para continuarmos na nossa luta. Com certeza ela vale muito a pena!