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Ambientalistas estudam salamandra gigante do Japão

4 de fevereiro de 2010
2 min. de leitura
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Um grupo de pesquisadores e ambientalistas está pesquisando uma espécie de salamandra gigante, com 1,7 metro de comprimento.

Além de seu tamanho, a salamandra Andrias japonicus, conhecida como hanzaki no Japão, chamou a atenção de ambientalistas internacionais e cientistas japoneses pelo seu status de fóssil vivo e pelo fato de não ser atingida por um fungo que está devastando muitas outras espécies de anfíbios no mundo todo.

“O esqueleto desta espécie é quase idêntico ao dos fósseis de 30 milhões de anos atrás”, disse Takeyoshi Tochimoto, diretor do Instituto Hanzaki, perto da cidade de Hyogo (sudoeste do Japão).

“Por isso é chamada de ‘fóssil vivo’ “, acrescentou.

“É um ‘dinossauro’, isto é espantoso”, afirmou Claude Gascon, chefe dos programas científicos da entidade ambientalista Conservation International e também um dos líderes do grupo especialista em anfíbios da União Internacional para a Conservação da Natureza.

“Nós falamos de salamandras que geralmente cabem na palma da sua mão. Esta pode arrancar sua mão.”

A salamandra examinada por Gascon está segura, presa em um tanque no centro de visitação da cidade de Maniwa, a 800 km de Tóquio.

Peixes e parentes

Além de ter 1,7 metro de comprimento, a salamandra gigante tem uma pele semelhante ao couro, uma cabeça grande e coberta de estruturas que provavelmente são sensíveis ao movimento e ajudariam a salamandra a capturar peixes.

A salamandra hanzaki tem dois parentes próximos: a salamandra gigante chinesa (A. davidianus), que tem tamanho e forma semelhantes à japonesa e pode se acasalar com elas; e uma bem menor, a Cryptobranchus alleganiensis, do sudeste dos Estados Unidos.

Geralmente as salamandras gigantes ocupam covas em margens de rio. A ocupação é feita em grupos com um macho dominante, várias fêmeas e alguns outros machos.

O macho dominante e as fêmeas liberam na água óvulos e espermatozoides e se movimentam incessantemente para misturar tudo. Os machos não dominantes talvez também liberem espermatozoides, mas o papel deles ainda não está claro.

Quando a água fica mais calma, todos deixam a cova, exceto o macho dominante, que fica para cuidar do ninho e dos filhotes.

Fora da época de reprodução, a vida da salamandra é bem tranquila, vivendo da forma mais discreta possível no rio e capturando tudo o que estiver ao seu alcance para se alimentar.

Criaturas como estas certamente já habitavam o planeta quando os dinossauros ainda existiam, e fósseis da família foram encontrados bem longe da restrita área onde são encontrados atualmente.

“Acredita-se que elas sejam espécies extremamente primitivas, em parte devido ao fato de serem as únicas salamandras com fertilização externa”, afirmou Don Church, especialista em salamandras da Conservation International.

Fonte: Estadão



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