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Associação Animal protesta contra fórum mundial taurino em Portugal

19 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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(Foto: Reprodução/ A União)

A Associação Nortenha de Intervenção no Mundo Rural – animal vai promover um protesto silencioso contra a realização do II Fórum Mundial da Cultura Taurina. A tomada de posição deverá acontecer no curso do evento que decorre entre 25 e 28 de janeiro, repartido entre o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e o Auditório da Praia da Vitória.
A presidente da Associação Animal, Rita Silva, explicou que de momento estão a “mobilizar algumas pessoas para fazer a manifestação, um protesto muito simbólico, silencioso, em frente ao local onde vai acontecer o fórum”.
“Não vamos deixar passar este episódio em branco, de maneira nenhuma”, disse a responsável que enquadra este protesto numa campanha de boicote aos eventos tauromáquicos que a associação está a promover no resto do país.
“Não podemos conceber que no século XXI ainda se considere como uma forma de cultura positiva a atividade tauromáquica porque a utilização e a barbarização de animais como forma de entretenimento não pode, de forma nenhuma, ser uma forma positiva de cultura”, argumentou.
Imoral e indecente apoio autárquico
A Animal critica igualmente o fato do Fórum contar com apoios das autarquias da ilha Terceira, apelidando a situação de “imoral, “indecente e chocante”: “certamente que as autarquias não perguntaram a nenhum dos seus munícipes se estavam de acordo que o dinheiro, em vez de ir para causas que ajudem alguém, fossem para este tipo de evento, ainda por cima numa altura de dificuldades financeiras que o país atravessa, se bem que seria sempre mau em qualquer situação”.
Rita Ferreira refere que esta forma de promoção das ilhas, como estratégia de turismo está “perfeitamente errada”: “os Açores, e a ilha Terceira, não podem, de maneira nenhuma, conceber que se possa atrair turistas com uma forma de exploração e de barbarização de animais, independentemente dos animais serem mortos ou não”.
Abolir tauromaquia
A Animal é autora de um projeto-lei para de proteção dos animais que inclui a proibição de touradas que tem reunido com os grupos parlamentares na Assembleia de República, estando igualmente a apoiar petições nesse sentido, e a fazer lóbi pela causa, tendo estabelecido, em 2009, um protocolo com o município de Viana do Castelo que se tornou uma cidade “anti-touradas”: “agora, vamos pedir uma audiência com o presidente da Assembleia da República”.
A porta-vos da associação acredita que “a abolição total das touradas é uma questão de poucos anos” e que as manifestações tauromáquicas estão “em declínio e a recolher repúdio, quer da comunidade científica, quer das pessoas em geral”, defendendo a “reconversão dos agentes tauromáquicos” para a agricultura, recordando que a maioria da ganaderias já tem a si associadas explorações agrícolas.
A Animal defende, em última análise, a extinção (diferentemente de matança) dos touros: “os chamados touros bravos que, na verdade, biologicamente são só um agrupamento dentro dos bois, são bovinos não castrados que foram selecionados para este fim. Não há qualquer ecossistema que dependa dele, nem eles dependem de nenhum ecossistema. Ou seja, biologicamente eles não são necessários”.
Fonte: A União

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