Três mil e quinhentos animais que foram abandonados nas ruas do Rio estão, hoje em dia, abrigados na Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), em Benfica, Zona Norte. E “não para de entrar nenhum, apesar das dificuldades”, diz a presidente da instituição, Izabel Cristina Nascimento. Mas, a qualquer momento, isso pode mudar.
São cães, gatos, cavalos, porcos, cabritos e até animais retirados de rituais religiosos que estão ameaçados. Desta vez, o inimigo não é a encruzilhada. Nem os maus-tratos. Um obstáculo burocrático tirou dois títulos de caridade da Suipa, dados pelo Governo federal até a década de 90: utilidade pública e entidade filantrópica. Com isso, um novo imposto foi acrescentado aos gastos: quase R$ 40 mil mensais, que se multiplicaram após quase duas décadas.
“Vivemos de doações. Nem sempre o colaborador pode pagar no início do mês. Digamos que [ele] pague no dia 10. Quando nós vemos, já estamos devendo funcionário. Pagamos R$ 380 mil só de salários. Aí a Receita Federal começou a cobrar: ‘Tem que pagar, tem que pagar’. Como, se a gente não tem?”, questiona a presidente da Suipa, que ressalta ainda os custos de mais de 30 toneladas de ração, medicamentos e gastos básicos, como luz e água.
Preocupada com a possibilidade de ter de fechar as portas, a Suipa recorreu a advogados e autoridades. O governador do Rio, Sérgio Cabral; a ministra da casa Civil, Gleisi Hoffmann; e até a presidente Dilma serão procurados para considerar o perdão da dívida.
“Uma comissão de advogados vai a Brasília para tentar restabelecer as isenções [de imposto]. Nos tornamos uma empresa falida. É uma dívida impagável”, lamentou.
Fonte: G1