Por Claudia Braghetto (da Redação)
Em um novo vídeo da Mercy for Animals (MFA), o ator vencedor de um Emmy, James Cromwell, assume uma posição favorável aos direitos dos porcos e discute o terror imposto a eles no fornecedor do Walmart, a Fazenda Pipestone System’s Rosewood, localizada em Pipestone, Minnesota. As informações são do Care2.
“O Walmart gosta de ser reconhecido por seus preços baixo, mas quando o assunto é a carne de porco vendida em suas lojas, sobra para os animais pagarem o preço mais alto de todos – uma vida preenchida por miséria e privação”, ele explica.
O vídeo foi feito por um investigador disfarçado e inclui cenas fortes de funcionários matando filhotes, batendo-os contra o chão, castrando-os e cortando suas caudas sem analgésicos. As porcas adultas são largadas doentes, machucadas e sofrem sem cuidados veterinários.
A MFA afirma que uma das piores coisas que a fazenda fez foi confinar as porcas em celas de gestação, onde elas não conseguem nem aproveitar a simples liberdade de conseguirem se virar. Este tipo de confinamento intensivo é considerado, por muitos, uma das piores formas de crueldade infligida aos animais de fazenda, e é sofrida pela maior parte das milhões de porcas adultas em fazendas nos Estados Unidos.
Não faltam evidências que sugerem que porcos são animais incrivelmente inteligentes, sociais e sensíveis, com habilidades cognitivas que podem ultrapassar as de crianças de três anos de idade. Quando providos de um ambiente natural, elas são mães dedicadas, protetoras e carinhosas, que gostam de fazer ninhos e cuidar de seus filhotes. Mantendo-as desta forma, privando-as até da habilidade de se mover mais de um passo para frente ou para trás, quanto mais de se engajar em qualquer comportamento natural, provou ser a causa de dores físicas e stress psicológico. Infelizmente, fazendeiros continuam a defender a prática.
A este caso seguiu-se o usual itinerário pós-investigação disfarçada. Pipestone condenou a crueldade, demitiu alguém, contratou outra pessoa, irá providenciar treinamento acompanhado ao restante de seus funcionários e quer um tapinha nas costas por ter chamado terceiros para auditar a fazenda. O Conselho Nacional de Produtores Suínos também se pronunciou em defesa da fazenda, chamando o vídeo de “ataque mais recente contra os criadores de porco da América”. O que não percebem é que a crueldade promovida pela Pipestone é uma agressão imensurável aos direitos animais.
Um representante do Walmart disse ao Hollywood Reporter que a empresa irá conduzir sua própria investigação, e que eles estão trabalhando em um novo programa de auditoria e rastreamento que tem o objetivo de “ajudar a garantir que compremos somente de fazendas certificadas e que atingem os mais altos padrões de tratamento aos animais”. Mas quais são estes padrões? Tratá-los bem para matá-los?
Infelizmente, os padrões que o Walmart se esforça para apoiar são grande parte do problema. A maior parte do que é visto no vídeo, e em outros similares, é considerada prática comum e padrão da indústria. O que quer que seja considerado padrão pode ser feito em uma fazenda a um animal com impunidade, pois eles não tem a proteção legal dada aos animais domésticos. No último mês de julho, outra câmera escondida conduzida pela MFA nas Fazendas Christensen, em Hanska, Minnesota, mostrou práticas similares às vistas no vídeo de Pipestone.
Um painel de especialistas em cuidados animais, montado pelo Centro de Integridade Alimentar, concordou que, tirando a forma sádica e brutal como as porcas adultas estavam sendo manejadas, nada mais estava errado. Matar filhotes com a técnica que a indústria chama de “traumatismo por força vigorosa”, está perfeitamente dentro das diretrizes da indústria, assim como cortar a cauda e abrir os filhotes para arrancar seus testículos sem nenhuma anestesia ou analgésicos (ou, até mesmo se tivessem analgésicos). Em relação às celas de gestação, elas são que a indústria quer que o público veja como “baias de maternidade” pequenas e aconchegantes.
Entretanto, preocupações éticas tem levado à proibição de celas de gestação na União Europeia e em nove estados nos Estados Unidos, incluindo Arizona, Califórnia, Colorado, Flórida, Maine, Michigan, Ohio, Oregon e Rhode Island, enquanto que várias grandes empresas tem parado de apoiá-las ou estão as eliminando.
A MFA está pedindo que o Walmart pare de apoiar esta crueldade ao se juntar à lista de outras empresas que tem se manifestado contra celas de gestação, mas também está nos lembrando de que a melhor forma de lutar contra a crueldade acontecendo com porcos e outros animais de fazenda que estão sofrendo por trás dos bastidores que a indústria quer manter bem escondida, é simplesmente deixa-las de fora dos nossos pratos. Portanto, para de comer carne ou qualquer produto que tenha elementos provenientes da exploração animal precisam ser ignorados pelo consumidor.
Para mais informações sobre como ajudar, visite Walmart Cruelty.
Nota da Redação: Este tipo de crueldade e abuso aos animais não deve ser tolerado em nenhuma circunstância, nem mesmo com técnicas bem-estaristas de exploração, pois nenhum animal deve, em nenhum circunstância, ser objeto do consumo humano ou de qualquer outra forma de exploração que o objetifique e o transforme em mercadoria. Não somente as celas de gestação, mas a própria escravidão na indústria da carne precisa ser abolida.