Segundo a revista Farmers Weekly, existe uma escassez de 10 mil postos de trabalho não preenchidos em matadouros da indústria agrícola no Reino Unido.
De acordo com oficial de gado, a indústria de carne vê 10 mil empregos não cumpridos porque “as pessoas não querem fazer este trabalho”.
A falta de trabalhadores se intensificou nos últimos 12 meses, de acordo com Nick Allen, diretor executivo da British Meat Processors Association (BMPA). Em 2017, menos de 5% das posições não estavam preenchidas.
Agora, 10 a 15% dos 75 mil empregos na indústria de processamento de carne estão vazios.
Mesmo que o rendimento não tenha sido afetado, seu futuro é incerto. “Não houve grandes problemas no ano passado”, disse Allen.
“Mas a BMPA pode ver um cenário em que grandes empresas de carne irão dizer ‘desculpe, só podemos fornecer tantos animais nesta semana’”.
A mudança na indústria pode levar as empresas de proteína animal a “lutar seriamente” para concluir os pedidos de Natal, disse um líder do setor. Questões dentro do campo de processamento podem ter um efeito dominó em todo o restante do mercado.
“A equipe não tem tempo de transformar uma carcaça de carne bovina, cordeiro ou de porco em uma variedade tão grande de cortes quanto antes”, escreveu a Farmers Weekly.
Jonny Williams, diretor sênior de compras da cooperativa escocesa Farm Stock, revelou que a razão por trás da queda dos efetivos é simplesmente falta de interesse. “Não parece que o salário é o problema. As pessoas não querem fazer esse trabalho”, revelou ele.
A declaração de Williams não é a primeira a sugerir a natureza difícil dos empregos dentro da indústria da carne. O ex-funcionário do matadouro Scott Hoskins falou sobre a maneira como seu trabalho impactou sua vida pessoal, dizendo que encorajou comportamentos violentos e levou-o a consumir álcool “regularmente e excessivamente”.
Prisões no Canadá introduziram programas que exigiam que os presos levassem o gado para serem mortos. Em resposta, haviam muitas críticas com o fato de a iniciativa ser contraproducente para a reabilitação.
Escrevendo sobre a proposta, um prisioneiro disse que o programa de agricultura na prisão destacaria “exploração e morte”. Ele acrescentou: “apenas o pensamento de ver qualquer coisa viva morrer é impensável para mim”.