A manifestação Crueldade Nunca Mais ocorreu simultaneamente em 10 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas). O movimento, que aconteceu na manhã deste domingo (22), reivindicou punições mais severas às pessoas que maltratam animais. Em Americana, o evento reuniu cerca de 300 pessoas, de acordo com a Gama (Guarda Armada Municipal de Americana). Em Sumaré, o número ficou em torno de 100.
Campinas, Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Hortolândia, Paulínia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna e Valinhos reuniram manifestantes em defesa dos animais. Ao todo, 183 cidades brasileiras participaram do projeto.
Em Americana, Conceição Negri, organizadora do evento e presidente da Associação Protetora dos Animais São Francisco de Assis, ressaltou que o objetivo do movimento foi acabar com os maus-tratos e abandono aos animais. “Precisamos de leis mais severas. As leis brasileiras são muito brandas. Nossa movimentação é para chamar atenção para o cenário nacional”, disse Conceição.
O presidente da Câmara de Americana, Antônio Carlos Sacilotto (PSDB) e os vereadores Capitão Crivelari (PSD) e Marco Antônio Alves Jorge, o Kim (PDT), também estiveram presentes. Crivelari desenvolve, desde 2011, trabalhos com as instituições protetoras dos animais e admite que já se tornou referência sobre o tema para a população.
Já em Sumaré, a falta de apoio político foi destaque para José Luís, fundador da ONG (Organização Não Governamental) Amigos dos Animais de Sumaré e organizador do evento na cidade. “Essa causa visa, também, chamar a atenção dos políticos para que eles possam fazer leis de mais cuidado e proteção com os animais”, disse.
Luís disse acreditar que o movimento foi um marco na história brasileira. “Queremos mudar a realidade nacional. Quem maltrata um animal, um ser que não tem como se defender, pode muito bem maltratar uma pessoa. Quem maltrata um animal não pode viver em sociedade”, disse. O protesto também deu início a um abaixo assinado que visa recolher cerca de 1,5 milhão de assinaturas que apoiam a punição mais severa às pessoas que maltratam animais.
Legislação
A lei federal 9.605 de 1998 prevê detenção de três meses a um ano para as pessoas que abusarem, maltratarem, ferirem ou mutilarem animais, sejam eles silvestres, domésticos, nativos ou exóticos. A pena é válida ainda para realização de experiência dolorosa ou cruel em animais vivos, mesmo que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. Se ocorrer morte do animal, a pena pode aumentar de um sexto a um terço.
Segundo a advogada especializada em direito dos animais, Ariella Mantelazzo, o maltrato ao animais pode começar já com a recusa de se levar ao veterinário. “A agressão e até a morte de animais é o que mais nos preocupa, mas quando um animal precisa de socorro e uma pessoa se nega a prestar, ela já está praticando violência contra o animal”, explica Ariella.
Fonte: Todo Dia
