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Será que a UFSC não sabe que a farra do boi é crime?

9 de janeiro de 2012
2 min. de leitura
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Foto: UFSC

Por Lobo Pasolini  (da Redação)
É incrível como uma instituição educacional, que deveria promover a ética e o desenvolvimento intelectual da humanidade, pode cometer um erro tão crasso como esse.
Entre novembro e dezembro a universidade acolheu uma exposição de desenhos de Lilian Martins como parte da programação da 4ª Semana Ousada de Artes UFSC/UDESC. A farra do boi foi apresentada como uma ‘brincadeira’ e existe um tom de lamento no texto pelo fim da chamada ‘tradição’.
“Resultado da pesquisa visual e da coleta de histórias nas comunidades litorâneas tradicionais de Santa Catarina, a exposição traz uma visão antropológica e lúdica da “Farra do Boi”, denominação criada pela imprensa carioca e paulista nos anos noventa”, diz o press release da exposição.
Segundo o release, o objetivo da exposição batizada de A Farra é “fazer o registro das imagens, práticas, gestos e dizeres, signos das comunidades de base cultural açoriana, reunidas na brincadeira do boi, sem defender ou acusar.
“Por meio do desenho faz um registro de uma manifestação popular que vem sendo modificada e caminha para o desaparecimento”, disse Joi Clétison, coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC, que promove o evento.
A estratégia de eufemizar o que não passa de uma manifestação barbárica de um grupo social é gritante. Torturar e atormentar animais não é cultura assim como estuprar e queimar mulher na fogueira também nunca foi. E dizer que a intenção não é defender nem acusar é hipócrita. Primeiro porque não existe neutralidade em temas como esse. Apresentá-lo como uma manifestação artística já é defendê-lo. Segundo, com certeza a universidade sabe que a farra do boi é crime, então como isso passou pelo crivo das autoridades competentes é realmente inacreditável. Imagine uma exposição lamentando o fim da escravidão, que também foi uma ‘tradição’.
Existe uma petição pedindo que a UFSC “não mais patrocine, seja conivente, ou acolha em suas dependências exposições que façam apologia a essa prática hedionda, como se esta fosse meramente uma expressão da cultura catarinense”.

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