(da Redação)
Fotos foram divulgadas mostrando cães armados com bombas pelo corpo e demonstrando como eles eram explorados na Segunda Guerra Mundial contra os tanques nazistas.
Os cães “kamikaze” também eram carregados para perto de veículos de armamentos e diversos alvos em meio à guerra, após a aprovação deste tipo de abuso animal em 1924, na então União Soviética. Cães continuaram sendo utilizados até 1990 e eram treinados para correr até os alvos e explodirem com o impacto, provocando a própria morte. As informações são do Daily Mail.
O especialista em forças militares, Yuri Veremeyev disse que “o exército vermelho já tinha experiência em usar cães para um grande número de tarefas, desde segurança para acompanhar os feridos no campo de batalha, até a entrega de mensagens e a movimentação de armas e comida na linha de frente”, e completou “então, a próxima sugestão era tentar enviar cães como agentes com explosivos aos tanques inimigos”
Inicialmente os cães iriam somente levar as bombas, que seriam acionadas por controle remoto há uma distância confiável, porém, com a chegada das tropas inimigas para perto dos taques e com o desespero do animal aumentando bruscamente, o exército soviético decidiu por outra estratégia.
As bombas acabaram sendo ajustadas para explodir junto com o cão, sendo acionada pelo impacto com o alvo. Os cães, em desespero, tentavam realizar a tarefa que eram treinados de maneira rápida, mas não tinham salvação e eram friamente mortos junto com a explosão.
“Os primeiros experimentos foram feitos com minas colocadas dentro de pacotes que eram ajustados sobre as costas dos cães”, diz Veremeyev. “Dentro dos pacotes haviam duas sacolas, cada uma com seis quilos de TNT”.
Ele continua, “o objetivo era que os cães conseguissem chegar até uma posição segura perto dos tanques, colocassem todos os explosivos e corressem de volta”, entretanto, não era isso que acontecia frequentemente.
O especialista continua descrevendo o abuso sobre os cães indefesos como algo que poderia ser considerado uma instrumentação. Os cães eram uma arma, uma ferramenta, não uma vida. Assim eles eram tratados em tempos de guerra e, talvez, de maneira mais sutil, assim são tratados atualmente quando são comercializados ou abandonados.
Eles eram treinados para colocarem bombas em locais de armazenamento de comida e combustível de inimigos, em qualquer tipo de alvo imóvel, entretanto, quando postos em campo de combate, os cães ficavam confuso e retornavam para seus treinadores. Os cães sentiam medo do campo de batalha, não eram só objetos, eram (e são) seres sensíveis que entendem aquilo que acontece a sua volta.
Os cães eram treinados pela fome. Eram abusados com a privação de um elemento básico para a sobrevivência, a comida.
Eles não eram alimentados durante dias e, durante o treinamento, pedaços de comida eram colocados embaixo dos taques utilizados para simulação, os cães tinham que ir até o local, pegar a comida e deixar a bomba.
Com o tempo, os soviéticos perceberam que nada sairia como planejado, perceberam que os cães não eram máquinas e que também sentiam pavor da guerra, então decidiram trocar o mecanismo dos explosivos e, daquele momento em diante, não seria mais necessário que o cão voltasse vivo de sua missão.
Muitos, devido ao pavor já citado, não conseguiam chegar até seu alvo. Eram impedidos pelo barulho das explosões e acabavam voltando para as trincheiras soviéticas.
Nesta situação, os soldados matavam seus próprios companheiros, para que a bomba não explodisse em seu território. Fica claro que a vida do cão não era nem mesmo um ponto a se considerar. Os cães eram explorados da pior forma e, sob qualquer falha, eram mortos, já que poderiam explodir a qualquer momento.
Muitos soldados não gostava da ideia de explorar cães neste tipo de atividade, “Já há muitas pessoas morrendo, agora estão matando também cães”, dizia um relatório.
Os Estados Unidos também chegaram a treinar cães para a guerra, assim como os soviéticos, chamavam caçadores e treinadores de circos para ensiná-los cada passo, entretanto, não foram utilizados mesmo com a aprovação de 1924.
Nota da Redação: Esta é mais uma prova de que a guerra afeta não só os humanos, seus criadores e personagens principais, mas também os animais não humanos, de maneira direta ou indireta. Estes cães tiveram suas vidas roubadas para propósitos que nem mesmo eram deles. Foram abusados, tratados como objetos e descartados quando não eram mais necessários ou quando simbolizavam algum perigo.