Por Patrícia Tai (da Redação)
A Austrália é o maior exportador do mundo de animais vivos para o consumo humano. Todos os anos, milhões de bovinos, ovinos e caprinos australianos são exportados vivos para serem mortos no Oriente Médio, no Sudeste Asiático, na África do Norte, e nas Filipinas – onde não existem leis de bem estar animal. Dezenas de milhares de animais morrem antes de chegar ao seu destino. Aqueles que sobrevivem à jornada extenuante são transportados, tratados e assassinados de maneira horrível.
Navios de várias camadas levam os animais, empilhados, nas viagens no exterior para a morte cruel. Os decks são geralmente fechados e sem ventilação adequada, com poeira e amônia que vão se acumulando, o que faz com que muitas ovelhas fiquem cegas e sofram de graves infecções respiratórias. Decks que são abertos dos lados não têm controle climático e deixam os animais expostos a condições de temperatura extremas. As viagens podem durar até 24 dias; as gaiolas quase nunca são limpas, forçando os animais a ficarem em contato direto com sua própria urina e fezes. A alta taxa de mortalidade a bordo é considerada ‘aceitável’ na indústria. Aproximadamente 50% das mortes a bordo são causadas por inanição pois as ovelhas, acostumadas a comer grama, são incapazes de digerir a dieta pastosa que lhes é forçada. Outras causas de morte são infecção, calor, stress, problemas de ventilação, e as lesões resultantes do manuseio abusivo e do mar agitado.
Os animais que sobrevivem à viagem infernal são submetidos a uma morte cruel e desumana. A maioria dos animais têm as suas gargantas cortadas enquanto estão plenamente conscientes, conduzidos à dor prolongada e ao terror. Um vídeo gravado secretamente pela Animals Australia mostra uma ovelha consciente sofrendo em agonia por 30 a 40 segundos depois de ter a sua garganta cortada.
Para o gado, a agonia pode durar até 90 segundos. Animais aterrorizados escorregam no chão coberto de sangue enquanto são forçados a assistir os seus companheiros serem abatidos. Não há instalações de contenção para controlar os animais em pânico que estão desesperados para fugir. As vítimas são arrastadas para a área de abate por uma perna, e ao baterem a outra perna no chão em resistência, muitas vezes fraturam os ossos. O vídeo também mostra funcionários dos matadouros lutando para controlar os animais assustados, cortando-lhes os tendões das pernas, quebrando-lhes os joelhos com martelos, quebrando as suas caudas, e ferindo os seus olhos. Um animal com uma perna quebrada foi torturado por 26 minutos antes de ser morto.
Muitas ovelhas vivas são vendidas para o abate Halal (o Halal descreve o que é lícito para a alimentação dos muçulmanos – os animais devem estar vivos quando suas gargantas são cortadas). Uma filmagem secreta mostra ovelhas sendo enforcadas com fios e colocadas à força em porta-malas de carros, sem espaço para se moverem e em um calor sufocante, para a viagem para a casa do comprador. Uma vez no seu destino, são carregadas pelas pernas amarradas que freqüentemente se quebram, e caem no chão. Elas estão totalmente conscientes enquanto suas gargantas são cortadas, contorcendo-se em seu próprio sangue por mais de um minuto antes de perder a consciência.
As provas reunidas contra o comércio e a exportação de animais vivos da Austrália durante investigações conduzidas pela Animals Australia nos últimos oito anos são evidentes. Nenhuma quantidade de lucro ou desculpas podem justificar o envolvimento da Austrália na exportação de animais vivos e a crueldade abominável infligida aos animais.
O site LCA (Last Chance for Animals) traz algumas sugestões de protesto contra esta situação, sugerindo o envio de cartas ao Primeiro Ministro da Australia, bem como o uso de redes sociais para manifestações de repúdio. A matéria também traz vídeos e imagens fortes.