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Novo vídeo da orca Lolita captado por drones revela maus-tratos

7 de janeiro de 2015
4 min. de leitura
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Por Alex Avancini (da Redação)

Ativistas denunciam espaço onde vive a baleia Lolita em Parque Aquático em Miami
Ativistas denunciam espaço onde vive a baleia Lolita em Parque Aquático em Miami – Foto Reprodução: Drones for Animal Defense

Mais uma vez o caso da baleia Lolita ganhou repercussão mundial. Com a ajuda de drones, ativistas pelos direitos animais em Miami capturaram imagens das condições reais de vida da baleia mais solitária do mundo.

Entenda o caso

Lolita foi uma das 7 jovens baleias capturadas e vendidas para parques marinhos em agosto de 1970 em Penn Cove, Puget Sound no estado norte-americano de Washington, no que ficou conhecido como “Operação Namu”. Tokitae, como foi apelidada originalmente, foi comprada pelo Seaquarium na cidade de Miami nos Estados Unidos. Ao chegar ao aquário, Tokitae passou a se chamar Lolita e se juntou a quem seria seu único companheiro, Hugo, outra baleia que também foi capturada em 1968 e já vivia no parque há dois anos antes da sua chegada.

Os dois viveram juntos por 10 anos no que a mídia começou a chamar de “The Whale Bowl”, um pequeno tanque circular construído para Lolita de 18 por 24 metros e apenas 6 metros de profundidade. Infelizes por uma década sob tais condições, os dois nunca tiveram filhos e Hugo morreu em 1980 quando repentinamente bateu com a cabeça nas paredes do tanque, na época todos acreditavam ser um ato de suicídio. Desde então, Lolita ou “A baleia assassina”, como é conhecida, vive sozinha e solitária em seu tanque há 44 anos.

Lolita é tida como a principal “atração” do Seaquarium em Miami, durante décadas atrai a atenção de grupos de direitos animais e ativistas anti-cativeiro. Em 2008 a baleia foi o tema do documentário: Lolita: Slave to Entertainment (Lolita, escrava do entretenimento) em que muitos ativistas, mais notavelmente Ric O’Barry (ex-treinador de Flipper), argumentam contra suas condições atuais e expressam a esperança de que a baleia possa ser reintroduzida à vida selvagem. Os manifestantes afirmam que o Seaquarium trata Lolita cruelmente.

Novas Investigações

Baleia lolita vive há
Baleia Lolita, 44 anos em cativeiro. Foto: Piotr Domaradzki, Miami, FL, 1998

Recentemente ativistas do grupo Drones for Animal Defense utilizaram drones – pequenos aviões manipulados por controle remoto e equipados com câmeras – para gravar as reais condições que vive a baleia. O que os ativistas constataram é que as dimensões que Lolita vive hoje viola as regras de conduta da Animal Welfare Act (AWA), a mais importante legislação federal americana para lidar com as condições de vida de certos animais.

O vídeo foi gravado pelo ativista Paul James. O atual tanque onde vive Lolita teria 13 pés (3 metros) a menos do que determina a lei, além de não obter proteção contra o sol.

Em 2011 as organizações People for the Ethical Treatment of Animals e Animal Legal Defense Fund já haviam acusado por meios legais que as condições de vida da baleia violavam várias disposições da Lei de Bem-Estar Animal nos Estados Unidos, pois o local onde é abrigada Lolita no Seaquarium em Miami não está adequado às disposições da Lei de Bem-Estar Animal, administradas pela Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), Serviço de Inspeção da Saúde Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A The Orca Network, organização sem fins lucrativos no Estado de Washington, dedicada à sensibilização sobre as baleias do noroeste do Pacífico, diz que o tanque de Lolita é o menor e o mais antigo dos Estados Unidos e o que o Seaquarium não tem dinheiro suficiente para oferecer uma medida alternativa.

Até hoje nenhuma medida contra o Parque Aquático que abriga Lolita conseguiu libertar a baleia dos 44 anos de confinamento e a luta de todos os ativistas envolvidos no caso é para conseguir transferi-la para Ilhas San Juan onde finalmente a baleia voltaria a viver em estado selvagem.

Segundo a organização, 56 orcas continuam em cativeiro e outras 160 já morreram graças a esta atividade. Ao todo, pelo menos 134 orcas foram capturadas para exibição pública. Dessas, 123 morreram desde 1965 e 33 orcas nascidas em cativeiros também morreram.

Assista às imagens recentemente captadas com drones do local onde vive Lolita em um Parque Aquático em Miami.

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