A Polícia Militar Ambiental, o Ministério Público e a Uipa (União Internacional Protetora dos Animais) estiveram na Vila Rio Branco ontem de manhã. As autoridades foram averiguar uma denúncia de maus-tratos contra a cabra Carmelita, de 5 anos, por parte de Toninho do Diabo e do Aposentado Aparecido Gastaldo, 74.
O animal é alvo de polêmica após o aposentado ter anunciado seu casamento com a cabra, marcado para o próximo dia 13.
A promotora Maria Eliselda Francisco expediu dois ofícios, um para a Polícia Ambiental e outra para o Centro de Controle de Zoonoses, para constatar as condições do animal. O documento exigia o resgate da cabra caso fosse constatado qualquer abuso ou problema. A polícia informou que nada foi encontrado e, por isso, o bicho fica sobre a tutela do aposentado.
A denúncia foi feita pela Uipa ao MP local cobrando providências por se tratar de um caso de abuso contra animal e “bestialidade”.
Crime ambiental/ A Lei Federal 9.605/98, que especifica Crimes Ambientais, em seu artigo 32º, determina como crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena é de três meses a um ano de detenção, e multa.
Casamento está mantido e noivo corre risco de ser preso
Após a visita das autoridades em sua casa, Toninho do Diabo explicou que ouviu todas as argumentações sobre o caso. “Eles explicaram que eu e o Aparecido podemos ser presos, mas o casamento está mantido. Não estamos fazendo nada contra a cabra, nenhuma maldade”, afirmou.
Toninho explicou que a promotora tentou convencê-lo de que o casamento pode ser configurado como bestialidade. “Ora, minha igreja é bestial. Estou preparado para enfrentar a prisão se for o caso”, defendeu-se Toninho.
A festa está marcada para o dia 13, no Aldeia Bar. Convites foram confeccionados em uma gráfica e enviados a várias personalidades. “O show vai continuar. A polícia viu que não fizemos nada contra a cabra.”
Revoltado, ele ainda alegou que a polícia deveria se preocupar com outras coisas. “As pessoas não entenderam que isso é um show. A polícia deveria estar preocupada em prender bandido. O Ministério Público deveria defender as crianças abandonadas, prender políticos corruptos, isso sim”, disse Toninho. “Por que não vão para Barretos punir quem judia de touros e bois?”
O ex-pedreiro e pai de sete filhos Aparecido Castaldo defende a sua união com Carmelita. “Meus filhos já disseram que eu sou louco, mas eu quero celebrar essa união”, afirmou. Viúvo, ele diz que vai ser fácil se casar com a cabra por três motivos: “A cabra não fala, não fica grávida, e também não gera muitos gastos”. Sobre gravidez, ele assegura que não haverá sexo entre o novo casal – a chamada zoofilia.
“Não cometo esse tipo de atitude contra animal. E a Carmelita é minha cabra doméstica. O que quero é apenas ser feliz.”
Fonte: Diário de São Paulo