(da Redação)
Está em discussão a proibição da exploração de todas as espécies de animais em circos na Índia, após ativistas terem descoberto elefantes e cavalos acorrentados por longos períodos, cães presos em gaiolas minúsculas e treinadores alcoolizados. As informações são da The Raw Story.
O Conselho de Bem-Estar Animal da Índia (AWBI), órgão de assessoria legal, disse que recomendou a proibição depois de uma investigação de nove meses feita por ativistas em dezesseis circos no país.
A recomendação ao Ministério do Meio Ambiente da Índia segue uma proibição que já existe em alguns países ocidentais, que foi resultado da preocupação pública sobre o tratamento de animais explorados para entretenimento humano.
“Muita gente aprecia os circos, mas ninguém vê o que acontece por trás das cortinas – o tratamento horrível aos animais ou como eles são mantidos”, declarou o secretário S. Umarani da AWBI, à AFP.
“Nós precisamos exigir a legislação certa para parar com esta crueldade. Por isso o Conselho tem recomendado a proibição total. Agora o Ministro irá considerar e dar uma resposta”, acrescentou Umarani.
Diversas espécies de animais selvagens e ameaçados de extinção já são proibidas de serem exploradas por circos na Índia, incluindo ursos, macacos, tigres, panteras e leões, mas esta última proposta sugere proibir qualquer espécie. Elefantes ainda são amplamente usados, apesar de uma proibição emitida em 2009, segundo a reportagem.
As ONGs PETA e Animal Rahat (que significa “Socorro Animal”) entregaram à AWBI provas de que os animais eram agredidos por bastões com pontas de metal e eram constantemente acorrentados e enjaulados, enquanto alguns treinadores foram encontrados alcoolizados.
Muitos animais eram forçados a fazer performances apesar de estarem parcialmente cegos ou machucados, de acordo com o PETA.
” ‘Truques’ não são algo natural aos animais. Eles são espancados e punidos para que façam as performances… é por isso que estamos pleiteando para que haja apenas performances humanas em circos”, explicou Manilal Valliyate, diretor de assuntos veterinários do PETA na Índia.
Surjit Singh, Ministro de Meio Ambiente e Florestas da Índia, disse que uma decisão final pode levar “um longo tempo”, e que ainda está esperando por detalhes das recomendações da AWBI.
A tradição de circos na Índia remonta ao século XIX, mas sua popularidade vem diminuindo nos últimos anos. Atualmente há apenas pouco mais de vinte circos registrados operando por todo o país.
Alguns proprietários de circos manifestaram-se na mídia local a respeito da recomendação dizendo que, se aceita, representará “a sentença de morte para seus negócios”.