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Após anos de avanço, lei retrocede na proteção aos lobos nos EUA

5 de junho de 2013
2 min. de leitura
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Por Natalia Cesana (da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A lei americana de espécies ameaçadas, de 1973, prevê proteção federal a plantas e animais ameaçados de extinção. Se essa tarefa fosse deixada apenas a cargo dos Estados, nenhuma das espécies recuperadas teria conseguido isso sozinha. As informações são do jornal The New York Times.

Mas o Departamento de Pesca e Vida Selvagem planeja remover os lobos da lista de animais ameaçados em todos os 48 Estados continentais dos EUA e transferir o controle de seus destinos aos Estados. Isso pode evitar que o departamento batalhe com o Congresso, autoridades oficiais e caçadores sobre a proteção dos lobos. Se isso salvará também os animais é outra questão.

Graças a toda a proteção federal, os lobos conseguiram se recuperar consideravelmente em alguns lugares. Existem hoje 4 mil animais em Michigan, Minnesota e Wisconsin, e 1.600 ou mais nos Estados cortados pelas Montanhas Rochosas como Idaho, Montana e Wyoming. O interior tem gradualmente retirado os lobos da lista em todos esses locais porque a quantidade está suficiente para garantir a sobrevivência. E não é necessário, diz o Departamento, proteger os lobos em todos os lugares.

Muitos cientistas argumentam, entretanto, que a retirada da lista é prematura e que o Departamento está desistindo da recuperação dos animais antes que o trabalho seja finalizado. Por um lado, eles notam uma queda de 7% nos lobos das Montanhas Rochosas desde que eles saíram da lista de animais ameaçados e a caça controlada foi autorizada. Eles também notaram que outras espécies que se recuperaram – notadamente a águia-de-cabeça-branca e o jacaré americano – conseguiram se expandir, em grande parte, fora de seus limites históricos antes de serem removidos da lista.

O limite histórico dos lobos é quase todo dentro dos Estados continentais dos EUA. Em todo o Oeste existe habitat adequado e ainda não está ocupado, incluindo o noroeste do Pacífico, o norte da Califórnia e o Colorado. A população de lobos recuperada não é estática e se espalha. O norte e centro-oeste das Montanhas Rochosas são prova disso. Os lobos podem recuperar partes adequadas de suas áreas históricas sem proteção federal? A resposta é quase que certa que não.

O plano pouco tem a ver com ciência e tudo com política. O Congresso bate no primeiro secretário do Interior do governo Obama, Ken Salazar, por retirar da lista os lobos das Montanhas Rochosas. Mas não há razão para sua sucessora, Sally Jewell, aceitar o plano de tirar da lista os lobos de todos os lugares. É difícil proteger espécies que ocupam nichos ecológicos escondidos. A política tornou ainda mais difícil proteger um predador inteligente e adaptável que vive abertamente e em estado natural.

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