A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quinta-feira (03), no início da noite, projeto de lei proíbe a comercialização de foie gras nos restaurantes da cidade. A iguaria, ícone da gastronomia francesa, é elaborada com o fígado gordo do pato ou do ganso através de um método conhecido como gavage – em que as aves são submetidas a uma alimentação forçada. Apesar de milenar, a prática é considerada cruel.
O autor do projeto é o vereador Laércio Benko (PHS), que também é o vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de São Paulo. A nova regra precisa passar por uma segunda votação antes de seguir para a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).
Benko apresentou o projeto logo após se envolver em outra polêmica. Umbandista, o vereador defendeu no plenário do Legislativo, no dia 7 de agosto, o uso de animais em rituais do candomblé. Ele criticou a proposta do deputado estadual Feliciano Filho (PEN), apresentada na Assembleia Legislativa no ano passado, que proíbe o sacrifício de animais em todo o Estado.
Contrário ao foie gras, Benko, porém, argumenta que não existe sacrifício, e sim a imolação dos animais “em religiões de matrizes africanas.” O parlamentar diz que são usados bodes e galinhas, e nunca animais como cachorros e gatos.
Fonte: Estadão
Nota da Redação: Não há justificativa ética para explorar, torturar, causar sofrimento ou tirar a vida de um animal por qualquer que seja o motivo. A iniciativa do vereador de se proibir a venda de foie gras em São Paulo é louvável, porém, o mesmo vereador argumenta que não existe sacrifício, mas sim imolação em rituais religiosos e isso não será esquecido. Além disso, a argumentação demonstra, além da inconsciência sobre o valor da vida, um desconhecimento sobre o significado da palavra imolação, que nada mais é que um sacrifício cruento, uma carnificina.