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Abrigos de animais crescem em número e eficácia nos Estados Unidos

3 de junho de 2015
5 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Washington Humane Society
Foto: Washington Humane Society

Lisa LaFontaine, CEO da ONG Washington Humane Society (EUA), é tão otimista a respeito do futuro dos abrigos de animais nos Estados Unidos que afirma já estar se preparando para o dia em que não haverá um número suficiente de cães e gatos resgatados para atender a todos os que desejam adotar.
“Onde nós iremos conseguir animais de companhia?”, diz ela.
É um futuro invejável, mas que, não acontecerá ainda por um bom tempo. De acordo com a ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals), cerca de 2,7 milhões de animais de abrigos são adotados a cada ano nos Estados Unidos – e aproximadamente o mesmo número de animais sofre morte induzida por não conseguir um lar. As informações são do Huffington Post.
Mas, segundo a reportagem, as pessoas que estão trabalhando para que o número de animais adotados seja maior, afirmam que o futuro mais amigável para os animais está sendo construído.
“Não faz muitos anos que, quando as pessoas pensavam em um abrigo de animais, elas imaginavam um canil municipal, trazendo à mente imagens trágicas de animais abusados e negligenciados reunidos em um ambiente sujo e escuro”, diz Tawny Hammond, diretora do abrigo de animais do condado de Fairfax, no norte da Virgínia.
Hammond acredita que a imagem está mudando. Uma pesquisa feita em 2014 pela PetSmart Charities revelou um aumento substancial na porcentagem de pessoas que se diziam dispostas a adotar um animal de um abrigo – 66% no ano passado, contra os 58% de 2011.
O abrigo de Hammond mais que dobrou a taxa de adoções entre 2010 e 2014, com a ajuda de métodos que ilustram como as organizações podem transcender a sua imagem institucional.
Algumas técnicas para promover mais adoção incluem o uso das redes sociais, como a possibilidade de mostrar os melhores ângulos em fotos alegres de cães, gatos e porcos no Facebook. O envolvimento com a comunidade é outro fator significativo: a Fairfax promove festas de aniversário infantis e acampamentos de verão para jovens.
Fotos alegres e bonitas são incentivadoras em processos de adoção. Foto: Guinevere Shuster/Humane Society of Utah
Fotos alegres e bonitas são incentivadoras em processos de adoção. Foto: Guinevere Shuster/Humane Society of Utah

Há também os esforços para evitar que os animais caiam em profunda tristeza, como playgrounds para cães e atividades em grupo, que ajudam os animais a gastar sua energia e fazer uma pausa na rotina e no ambiente do abrigo.
Além disso, o LaFontaine passou a inovar nas formas de expor os animais disponíveis para adoção. Por exemplo, um grande número de abrigos agora leva animais “adotáveis” para eventos como feiras de rua e festivais.
“Nós precisamos ir até onde as pessoas estão”, diz ela.
A obtenção de serviços veterinários a baixo custo, bancos de alimentos e programas de castração e vacinação também são ações que têm agilizado as adoções nos abrigos. E, não menos importante, a maioria dos abrigos trabalha no sentido de fazer boas combinações entre perfis de animais e famílias.
Finnegan Dowling, da Humane Society do Vale do Silício, contou a história de Layla, uma gata adulta cujos tutores estavam querendo doar pois alegavam que ela costumava dar mordidas e não gostava de crianças. No passado, isso poderia ter feito com que ela fosse considerada “inadotável”, porém a Humane Society conseguiu combiná-la com uma senhora que morava sozinha e que saberia respeitar os limites da gata.
“Temos assistido a uma verdadeira revolução nos abrigos de animais nos últimos dez anos, com as pessoas cada vez mais associando o abrigo animal local a elementos como esperança, triunfo e segundas chances”, explica Hammond. “E isso faz uma enorme diferença”.
Há, no entanto, uma disparidade com relação a este assunto dependendo da região dos Estados Unidos. “Muitas comunidades em certas partes do país estão assistindo a quase uma escassez de cães disponíveis para serem adotados, enquanto abrigos em outras partes ainda estão induzindo a morte de cães e gatos saudáveis e tratáveis”, relata Johnson.
Na verdade, a pesquisa da PetSmart Charities também informou que os americanos subestimam o número de animais mortos em abrigos a cada ano. De fato, o número caiu – de aproximadamente 12 a 20 milhões por ano nos anos 70 para 3.7 milhões em 2008, e reduzi-lo ainda mais requer conexões extras com pessoas de fora do mundo dos abrigos, diz Francis Battista, fundador de um santuário em Utah e grupo ativista Best Friends Animal Society.
“Tudo o que precisamos para chegar lá é uma maior conscientização pública sobre essas questões, e que os legisladores ouçam o sentimento do público, que é esmagadoramente a favor do fim da prática de se matar animais em abrigos”, acrescenta ele.
Lisa LaFontaine, por sua vez, afirma ver crescente evidência dessa mudança na opinião pública.
“Quando estou caminhando e vejo cães, pergunto a cada pessoa, ‘Onde você conseguiu o seu cão?’, após cobri-los de beijos e dizer o quão bonitos eles são”, diz ela.
“E o que tenho ouvido é mais e mais pessoas dizendo: ‘ele foi resgatado’. E dizem isso com orgulho”.

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