Por Vinicius Siqueira (da Redação)
O Conselho da Cidade de Los Angeles votou na semana a proibição do uso de “bullhooks” (bastões de ferro, utilizados para torturar e traumatizar elefantes, os acertando em partes sensíveis, como os olhos, as orelhas e as genitálias) em elefantes de circo. A voz da população que já estava aterrorizada com os maus-tratos perpetrados por este instrumento foi escutada e este pode ser considerado como mais um passo contra a exploração de animais em circos. As informações são do Care2.
Bullhooks são porretes com arestas que causam ferimentos e dores extremas a elefantes. Além das dores físicas e dos ferimentos visíveis, estes instrumentos de dor também servem para amedrontar os animais com a presença de qualquer ser humano, os mantendo submissos às ordens de seus treinadores. Por anos os treinadores de elefantes utilizaram esta ferramenta para conseguir controlá-los em frente à multidões, situação desconfortável que foge completamente de seu habitat natural.
Junto com os Bullhooks, tacos de baseball, machadinhas, forcas e socos-ingleses também foram banidos de uso em uma votação esmagadora no Conselho da Cidade por 13 a 0.
Enquanto a proibição destes bastões de tortura é um passo na direção certa, de imediato não há garantias de que eles abandonarão a cidade. Os circos e treinadores terão um período de três anos para eliminarem qualquer um desses instrumentos de dor de seu uso. Contudo, seguindo o período de transição e com a implementação completa da lei, qualquer uso destas ferramentas será ilegal.
Com argumentos previsíveis, a indústria do circo não está aceitando esta decisão. Os líderes desta cruel indústria veem esta proibição como um ato contra os circos em geral. Segundo a matéria do Care2, os treinadores e os grandes decisores da indústria circense alegam que esta ação faz parte do ativismo em prol dos direitos animais, que tenta forçar a saída dos eventos circenses da cidade de Los Angeles. Circos como o Ringing Bross. e Barnum & Bailey tem utilizado bullhooks por anos e sentem que esta proibição irá prejudicar os negócios.
Os empresários da indústria circensse deveriam, então, entender que o uso destes instrumentos é antiético, é cruel e desumano, que a indústria qual fazem parte não trata os animais como seres vivos, mas como objetos para exploração humana, como brinquedos do entretenimento mesquinho humano. É claro que a proibição de bullhooks também pode significar uma vitória para os ativistas de direitos animais, já que uma forma de tortura a menos estará disponível para que adestradores sem escrúpulos utilizem de maneira sádica contra um animal indefeso.
Contudo, de maneira clara, o banimento não vai contra os circos, mas contra uma tática de adestramento cruel que boa parte dos circos sempre usou sem nenhum remorso. Entretanto, deve-se ter em mente que apresentações em circo não são de maneira nenhuma eventos naturais para elefantes ou quaisquer outros animais.
Apesar do objetivo maior ser a proibição da apresentação de animais em circo, objetivo que a Catalunha conseguiu realizar recentemente, a proibição de um instrumento de tortura que é objeto central de toda uma tática de adestramento e amedrontamento também pode ser considerado um pequeno ponto positivo. Mas é somente o início.
Nota da Redação: Além da abolição dos instrumentos de tortura, é necessário abolir a exploração de animais em qualquer grau e em qualquer atividade. Retirar uma ferramenta de sofrimento é um passo, mas não pode ser considerado como um fim em si, já que a real libertação dos animais só pode ser alcançada pela obtenção de direitos que os protejam da exploração humana e que garantam uma vida em liberdade em seu habitat natural.