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Elefantes são mortos para produção de peças de joalheria

29 de setembro de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Reprodução/Elephant Famly
Reprodução/Elephant Famly

Em uma clareira remota nas florestas tropicais da Birmânia, o corpo ensanguentado de um elefante asiático assassinado, com as feridas deixadas por um caçador, está no córrego de uma montanha.

Porém, este animal magnífico não é uma vítima do comércio de marfim. Ele foi morto devido à crescente demanda por pele de elefante, utilizada pela medicina e para peças de joalheria macabras que os comerciantes anunciam ser capazes de afastar problemas de saúde.

Infelizmente, este elefante foi apenas uma vítima de um novo e grotesco comércio que tem provocado um número crescente de mortes. Os corpos dos animais são esfolados e descobertos nas vastas florestas do país. O governo afirmou que ocorreram quatro casos semelhantes nos últimos meses, mas fontes não oficiais dizem que pelo menos 50 animais foram assassinados e esfolados somente neste ano.

Estas fotografias chocantes foram tiradas durante uma investigação secreta  financiada pela Elephant Family, uma instituição de  britânica dedicada a salvar elefantes asiáticos. Os investigadores rastrearam o comércio de pele de elefante por meio de carcaças ensanguentadas deixadas por caçadores. Os assassinos abastecem o mercado de produtos de animais ameaçados de uma província da Birmânia para a China, onde o couro é processado e vendido embora haja uma proibição internacional para esse comércio.

Reprodução/Elephant Famly
Reprodução/Elephant Famly

Os números alarmantes do governo birmanês sugerem que a caça de elefantes no país aumentou 25% entre 2013 e 2015. A recente apreensão de 421 quilos de couro de elefante no sudoeste da China e vários estoques de pele dos animais na Birmânia confirmam a matança.

“Estou muito preocupada com este comércio, é muito novo. Recentemente começamos a encontrar quantidades crescentes de peles de elefantes”, disse Khyne U Mar, uma especialista em elefantes asiáticos.

Disfarçando-se de compradores, os investigadores visitaram uma oficina conhecida por processar peles de animais ameaçados em uma vila no nordeste da Birmânia. O vendedor lhes contou que tinha grandes encomendas de couro de elefante do outro lado da fronteira, na China. “Tenho um cliente em Guangdong. Entreguei mais de 30 quilos de pele de elefante pela primeira vez. Ele vendeu tudo e precisava de mais”, disse ele.

Reprodução/Alex Hofford
Reprodução/Alex Hofford

Depois, a equipe viajou para um conhecido mercado de animais selvagens em Mong La, na fronteira entre os dois países.  O local também serve como um importante ponto internacional para o comércio de animais ameaçados de extinção. “Foi uma viagem arriscada porque estávamos filmando secretamente”, disse um investigador ao Daily Mail.

“Não há policiais e, enquanto estávamos lá, nos ofereceram vinho feito com osso de tigre. No mercado e em lojas especializadas, havia macacos vivos em gaiolas, peles de tigre, muito marfim – grande parte contrabandeado da África – e pilhas de pele de elefante abertamente à venda por £ 45 o quilo.  Acreditamos que os comerciantes tornaram-se cautelosos com as pressões para acabar com o comércio internacional de marfim e procuraram criar um novo mercado das peles” esclareceu.

Os investigadores cruzaram a fronteira e foram até a China, onde visitaram uma área conhecida como “vale do elefante”, na qual os turistas podem ver elefantes em uma reserva natural e pagar para assistir “espetáculos” de circo.

O local vende peles de elefante e esferas transformadas em pulseiras e colares comercializados e usados abertamente por visitantes. A população de elefantes asiáticos diminuiu em pelo menos 50% ao longo dos últimos 40 anos e estima-se que restam apenas dois mil animais em estado selvagem na Birmânia.

Nota da Redação:  Esta matança bárbara é realizada por criminosos que não possuem qualquer respeito pela vida. Animais magníficos, sensíveis e inteligentes têm sido dizimados porque criminosos visam apenas o lucro. É urgente que os oficiais trabalhem para proteger elefantes e outros animais vítimas de caçadores. Conscientizar o público também é fundamental para que esse horror não seja financiado às custas de vidas inocentes.

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